quarta-feira, 19 de março de 2014

PREFEITURA TEM ATÉ JULHO PARA APRESENTAR PROPOSTAS DE MELHORIA NO TRASPORTE COLETIVO



A Prefeitura de São Luís tem somente até o dia 30 de julho para sinalizar uma melhora na situação do transporte público de São Luís. Para isso, deve dar início, pelo menos, à abertura da licitação para a concessão do serviço, que hoje funciona sob o regime de contratação emergencial. Diversas outras ações foram previstas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2011 e já prorrogado por diversas vezes, entre elas a contratação de empresa para implantação de serviços de biometria, dentro dos veículos para evitar fraude, e o encaminhamento e votação do Projeto de Marco Regulatório do serviço público de transporte pela Câmara Municipal. Caso o prazo não seja cumprido, a promotora de Justiça do consumidor, Lítia Cavalcanti, afirmou que pretende executar o termo e entrar com uma ação contra a Prefeitura.


"O TAC não foi cumprido. Conversei com o procurador do Município e disse a ele que o prazo máximo era 30 de julho e não tem mais como levar isso adiante. Já passaram vários secretários pela pasta e pouca coisa foi feita", afirmou a promotora.


O sucateamento do sistema de transporte público em São Luís é uma realidade que, há mais de 10 anos, tem sido negligenciada por parte do poder público municipal. A constatação, tanto do Ministério Público (MP), quanto de um relatório elaborado pela própria Prefeitura, sob determinação do MP, é de que o sistema está falido e não tem como se manter. Os ônibus velhos são apenas o sintoma mais evidente dessa situação, que já está impactando no pagamento dos salários dos rodoviários e na aquisição do combustível para que os veículos rodem. Já há empresário fazendo racionamento de óleo diesel.


O relatório da Prefeitura apontou problemas como idade da frota acima do permitido - 40% dos veículos têm mais de sete anos, o máximo permitido, segundo a lei. Quanto à defasagem no valor que é gasto por quilômetro rodado, em São Luís cada ônibus gera um prejuízo de R$ 0,95 por trecho. Além disso, os salários dos profissionais são mais baixos, se comparados com os de outras capitais do Nordeste. Por fim, os problemas decorrentes da infraestrutura prejudicam o serviço, como buracos, assaltos e vias congestionadas.



Subsídios


Não existe contrapartida da administração municipal para a melhoria do transporte público hoje em São Luís, conforme reclamam os empresários do setor. Gratuidades e meias-passagens para estudantes e aos domingos são arcadas diretamente pelas empresas. O que causa déficit nas contas e pode ser agravado, já que em maio está previsto um reajuste salarial para os rodoviários, que querem 16% de aumento.


Segundo o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte (SET), Luís Cláudio Siqueira, mesmo que o valor acordado chegue a 10%, as empresas não tem condições de arcar, o que pode provocar uma paralisação do sistema. "Todas as empresas estão recorrendo a empréstimos para cumprir suas obrigações. Isso joga a receita para o mais baixo possível, o que não cobre os custos. Se a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte [SMTT] é a instituição que tem de garantir que o sistema seja equilibrado, e ela não garante, a tendência é realmente que entre em colapso", assinalou.


Medidas


O aumento de tarifas não resolveria todo o problema do transporte público em São Luís. Para isso, seria necessário que todas as medidas acordadas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fossem cumpridas, incluindo o combate à pirataria, o controle de fraudes no sistema e a concessão de subsídios que possam cobrir as gratuidades que hoje são oferecidas.

fonte: Imirante.com

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