quinta-feira, 6 de junho de 2013

10 ANOS SEM DORILENE CASTRO

Há exatos 10 anos, no dia 06 de junho de 2003 a comunidade do Coroadinho foi despertada por uma tragédia que comoveu a todos. O assassinato dos irmãos Dorilene Silva Castro, 26 anos e Joselias Costa Matos, 32 anos.

Ambos eram figuras conhecidas no bairro, Joselias era desportiva, Dorilene era universitária, participava da igreja católica e coordenava um grupo de baillet na igreja Nossa Senhora do Carmo.

Infelizmente, naquela manhã de sexta-feira a vida de dois foi tirada, mas, a partir daquele dia a comunidade do pólo Coroadinho despertou do sono do comodismo e da falta de coragem em dizer não a tudo que estava.

Naquele período a onda de violência que assolava área pólo Coroadinho era assustadora, crimes de toda a natureza aconteciam, e a população começava a achar que tudo era normal. A morte dos irmãos não estava diretamente relacionada com a violência que acontecia nas ruas, mas serviu para que a comunidade percebesse que não era mais aceitável o que estava acontecendo, que era hora de mudar aquela situação.

Uma grande mobilização aconteceu; a primeira providencia tomada foi sentar na mesma mesa representante de igrejas católicas, evangélicas, umbandistas, Conselho Tutelar, representantes de entidades, desportistas e a comunidade em geral para discutir a situação do bairro. Vários encontros ocorreram, e em alguns deles eram convidados representantes de órgão públicos para ouvir os anseios da população.

Entre as várias propostas lançados uma delas ganhou força de imediato, que seria a realização de uma grande passeata pelas ruas do bairro até a sede da Secretaria de Segurança, ocasião em que seria entregue um documento com uma pauta de reivindicação, naquele momento se tinha a sensação de que o organismo de segurança do Estado considerava normal o que estava acontecendo no bairro, também teria como objetivo levar ao conhecimento público a indignação dos moradores. Assim, aconteceu a “1º CAMINHADA PELA PAZ”. 

A comunidade tinha a consciência que não seria somente um trabalho realizado pelo policia que iria combater a violência, era necessário uma intervenção do Estado através de políticas públicas, saneamento básico, educação de qualidade, lazer, qualidade de vida, porém, a presença da autoridade policial nas ruas naquele momento se fazia necessária.

A organização da comunidade provou que o velho dito popular “a união faz a força”, ou mesmo o slogan socialista “só a luta muda a vida” precisa ser exercido diariamente.

Hoje temos como exemplo da luta da comunidade do Coroadinho o Conselho de Defesa Social do Pólo Coroadinho, criado a partir desta organização, e a instalação da companhia de Policia Militar na Rua da Juçara. Outro momento marcante da organização da comunidade foi a comemoração de 100 dias sem um único crime de morte no pólo Coroadinho.

Dorilene tornou-se símbolo da luta no bairro contra a violência, e contra o descaso do poder público com essa comunidade. Reconhecendo sua importância para a conscientização da comunidade no ano passado seu nome foi dado à primeira escola de Ensino Médio do Coroadinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário