quarta-feira, 19 de junho de 2013

POLÍCIA MARANHENSE INVESTIGA POSSÍVEL TRÁFICO DE BEBÊS

A Polícia Civil do Maranhão pode abrir investigação para apurar a possível existência de uma quadrilha especializada em agenciar tráfico de bebês nascidos em municípios do interior para o estado de São Paulo. A hipótese do trabalho policial foi levantada na quinta-feira (6), depois que uma jovem maranhense foi resgatada e presa na cidade de Santo André (SP), para onde teria viajado com o objetivo de trocar por um notebook o filho recém-nascido.

"O trabalho da polícia judiciária maranhense será iniciado logo que a polícia paulista confirme se de fato existe uma quadrilha que atua no tráfico de crianças que são vendidas para famílias em São Paulo. A suspeita foi levantada, mas precisamos aguardar a confirmação", ressaltou o subdelegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Marcos Affonso Júnior.

Segundo informou a polícia de São Paulo, a investigação sobre o suposto esquema foi aberta quando a maranhense Joelma da Silva Oliveira, de 19 anos, conseguiu ajuda de uma guarnição de policiais militares da Força Tática. A jovem, oriunda da cidade de Campestre-MA, era mantida em um cortiço, no bairro Jardim Cristiane, onde seu filho de 5 dias de vida foi encontrado em um dos cômodos do imóvel.

Em depoimento à polícia, Joelma Oliveira teria confessado que viajou para trocar o filho por um notebook, a convite de uma amiga, que também estava grávida, e desejava dar o filho em troca de um computador portátil. Entretanto, ao chegar a Santo André, foi acolhida pela dona do cortiço, identificada como Matilde Fustaino, de 50 anos, que teria feito a proposta para a jovem vender o bebê a um casal de Uberlândia-MG.

Ainda conforme a polícia paulista, a criança nasceu sábado (1º), no Hospital da Mulher, mas o casal mineiro teria desfeito o negócio ao saber que o bebê não era do sexo feminino. Com o prejuízo da negociação, a dona do imóvel teria passado a maltratar a jovem. "A vítima conseguiu um aparelho celular, com a desculpa de dar notícias a familiares, e acionou o Centro de Operações da Polícia Militar [Cupom]", adiantou o capitão Luiz Roberto de Moraes.

O comandante da operação contou ainda que a jovem denunciou ter sido impedida de amamentar o filho, que a criança era mantida em meio a lixo e entulho, porém não demonstrou nenhum arrependimento ao assumir que desejava trocar o filho por um eletroeletrônico. "Apesar de vítima, a jovem foi presa junto com a mulher que lhe manteve presa em condições insalubres, e conduzidas à delegacia", acrescentou o capitão.


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