sexta-feira, 20 de junho de 2014

COPA 2014 - TORCEDORES JAPONESES PERDIDOS NO COROADINHO

O que muitos acreditavam em relação à Copa do Mundo no Brasil vai mesmo aparecendo. Situações que revelam desde a falta de infraestrutura até o preparo, em geral, para lidar com os estrangeiros. Esta semana, um grupo de japoneses que vinha de Pernambuco, com destino ao Centro Histórico de São Luís, no Maranhão, acabou parando na periferia da cidade, devido a total falta de informação, logo na entrada da Capital.

No entanto, no caso a seguir, moradores mostraram que, receptividade e ajuda humanitária não depende apenas de investimentos de governos, ou então, para variar, do tal ‘jeitinho brasileiro’. Veio, assim, do Coroadinho um gesto que, talvez, pela 'fama', alguns não quisessem acreditar.

VEJA RELATO

Eles vinham de Recife para São Luís. Chegando à rodoviária, queriam ir para uma hospedagem no Centro. Como não sabiam onde era e não havia quem os ajudasse, vieram, então, andando, da rodoviária até ao Coroadinho. Eu chegava da escola quando os encontrei. Sentamos na porta, foi quando uma vizinha chamou a sobrinha dela para poder se comunicar com eles (em Inglês); certo que eles queriam ir para a hospedagem e (o mais incrível) é que um deles havia saído para procurar ajuda, não sei como, porque ninguém falava a língua deles.

Para piorar, o que saiu em busca de ajuda foi de moto táxi por duas vezes até a hospedagem, mas como ele não sabia voltar para a minha casa, pediu para o senhor que o deixasse novamente na rodoviária e (inacreditavelmente) veio andando mais uma vez de lá. Enfim, graças a Deus eles não encontraram ninguém que os fizessem mal, pois podiam assaltá-los, já que eram estrangeiros e não falavam a nossa língua, e também porque tinham muito dinheiro.

CONTRATEMPOS E ALÍVIO: Meu padrasto e um vizinho levaram todos para a hospedagem, no Centro. Chegando lá, a recepcionista ficou preocupada porque a reserva deles era para segunda-feira, mas eles só chegaram na terça. Acreditamos que tenham dormido na rodoviária. Depois disso, na quarta-feira, soube por uma vizinha que trabalha numa empresa aérea, que eles haviam embarcado, parece-me que, para Fortaleza. E não tive mais notícias deles. 

LIÇÃO: Meu padrasto relatou também um fato curioso. Um deles tinha um palito de dente na mão e que queria jogar fora. Como não tinha nenhum cesto de lixo na rua, ele foi até a um armarinho aqui perto. Chegando lá, começou a fazer gestos para jogar fora o palito. Saiu daqui e foi até onde havia um cesto. Educação vem de berço, essa é a frase mais correta. 

BOA FÉ: Eles são muito engraçados. Que Deus os abençoe por esse mundão e que sempre encontrem gente do bem para ajudá-los. Espero ter ajudado. 

[Relato da Estudante Paula Soares, de 17 anos, moradora da Rua Boa Esperança, no Coroadinho] — com Larissa Marinho.





Fonte: Reprodução/Coroadinho Geral
Foto: Paula Soares e Larissa MArinho

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