quinta-feira, 10 de novembro de 2016

CORREIOS ANUNCIAM PLANO DE DEMISSÃO INCENTIVADA



 Presidente dos Correios, Guilherme Campos
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, informou hoje (10), que vai apresentar aos funcionários, nos próximos dias, um plano de demissão incentivada (PDI) para evitar que o caixa da empresa chegue a zero no próximo ano. Segundo ele, a empresa aguarda a aprovação do plano pelo Ministério do Planejamento para a liberação de um empréstimo do Banco do Brasil, no valor de R$ 750 milhões, que vai ser usado para iniciar as demissões.

“Não é novidade para ninguém a situação bem grave que a empresa passa”, disse Campos, explicando que, em 2015, os Correios fecharam o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões e que a previsão, para 2016, é de prejuízo de quase R$ 2 bilhões. Ele ressaltou que houve queda de receita, mas que isso não representou gasto financeiro, porque a empresa ainda tem recursos em caixa. “Mas o caixa vai apertar a partir do ano que vem, caso as mudanças não sejam aprovadas”, afirmou.

O plano de demissão incentivada dos Correios é voltado para funcionários com mais de 55 anos, aposentados ou com tempo de serviço para requerer a aposentadoria. A empresa tem pouco mais de 117 mil funcionários e em torno de 13 a 14 mil estariam elegíveis para o assinar o termo.

Apesar do custo total de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões para o PDI, que deve ser pago em até dois anos, a estimativa de economia com a folha de pagamento dos Correios é entre R$ 850 milhões e R$ 1 bilhão por ano, nos próximos 10 anos. Segundo Campos, a folha de pagamento consome dois terços do orçamento da empresa.

Termos de adesão

Para aderir ao PDI, o funcionário que pedir demissão receberá as verbas rescisórias referentes a férias e 13º salário e entrará normalmente com pedido de aposentadoria no Postalis. Campos não comentou os problemas financeiros que também afetam o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, mas disse que haverá impacto na instituição com o plano e que não há previsão de quanto deverá ser o ajuste no Postalis.

O benefício para quem aderir ao PDI será a indenização a ser paga pela empresa. O valor seria calculado em função da média salarial dos últimos cinco anos e do tempo de serviço do funcionário na empresa, no máximo de 35 anos; esse montante seria pago mensalmente, parcelado em dez anos.

Não há previsão de concurso para substituição dos funcionários que aderirem ao plano de demissão. Segundo o presidente dos Correios, o impacto será maior em setores administrativos e deverá ser compensado com realocação de funcionários, automatização de processos e tecnologia da informação.

Apesar de ter o monopólio dos serviços postais, os Correios querem apostar na concorrência dos serviços de encomenda, onde há mais chance de aumentar a participação no mercado. De acordo com Campos, a empresa detém hoje de 35% a 40% do mercado de encomendas. “É onde os Correios têm a grande marca do setor, o Sedex, sinônimo de encomenda.”

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