Manhã de sábado ensolarada nos últimos dias de julho. Cenário diferente do que costuma assolar a população dos bairros Sacavém e Coroadinho nos primeiros meses do ano, quando as chuvas inundam ruas e destroem parte das vidas, levando casas, móveis e pertences das famílias que ali moram. Ontem (30), o prefeito João Castelo (PSDB) lançou, junto à população, vereadores e secretários, a construção da canalização do rio das Bicas.
Problema antigo na área que é, o rio das Bicas terá 2km de canalização em 20 meses - prazo determinado pelo secretário de Projetos Especiais, Francisco Barros. A construção se estenderá do cruzamento entre a Avenida dos Africanos com a avenida dos Franceses, até o Parque dos Nobres e será realizada em três etapas, com fim previsto para o início de 2013.
A obra deve ser realizada em três trechos e compreende ainda a execução de galerias tubulares de concreto armado e demais dispositivos de microdrenagem, levando mais de R$ 19 milhões financiados pelo Banco Mundial (Bird).
Na chegada ao evento, o prefeito João Castelo destacou a importância da obra para a população e como um dos trabalhos mais visíveis seus à frente da prefeitura. "Tivemos que colocar ordem na casa e nas contas para que pudéssemos começar a trabalhar, para que nosso trabalho não ficasse somente no sonho, no plano das idéias, mas que tivesse efetividade," disse.
Em entrevista à imprensa, Castelo falou ainda da polêmica entre prefeitura e governo do estado a respeito da construção da Via Expressa - que já teve ordem de serviço assinada pela governadora Roseana Sarney (PMDB). "Não vou ser irresponsável de emitir parecer quando até mesmo o presidente do Crea-MA, que é um órgão federal, disse que não seria possível fazê-lo."
A obra iniciada pelo prefeito tem por objetivo por fim aos problemas de alagamento, esgoto e saneamento da população de bairros como o Coroadinho, Coroado, Parque dos Nobres, Parque Timbira, Sacavém, Salinas, entre outros.
Morador Nato do bairro do Sacavém, na região da Salinas, Benedito de Jesus Santos (58 anos) viu o bairro crescer ao longo dos anos. Desde pequeno, acompanha a dificuldade dos companheiros de bairro durante o primeiro semestre de todos os anos - período chuvoso, em que abundam alagamentos e tragédias familiares, ano a ano.
Benedito não sofreu na pele os problemas da falta de um canal pois, segundo ele, construiu uma casa mais alta, onde a água tem dificuldade de atingir.
Contudo, ele acompanha corriqueiramente o drama dos vizinhos de bairro, que têm saúde prejudicada com a transmissão de doenças e patrimônio diminuído com a força das enchentes.
Ele lembra que a construção do canal é uma promessa antiga e todos os anos a reivindicação continua por parte dos moradores. Para ele, o pior ano foi o de 1984, quando duas crianças morreram após uma enchente no local e quando houve o primeiro investimento na área para a resolução do problema.
"Em 1986 veio a primeira verba para construir um canal aqui, mas nunca foi posto em prática e ninguém sabe onde esse dinheiro foi parar. A nossa luta continua, por mais de 240 mil família que moram aqui no entorno, que sofre todo inverno," lamentou Benedito.
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Fonte: Jornal O Imparcial - Publicação: 31/07/2011
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