Zé de Abreu aponta trama para Valério falar
Acordo de R$ 17 milhões teria convencido o empresário a envolver o ex-presidente Lula no ‘mensalão’, de acordo com o ator; dinheiro teria sido reunido por grupo de empresários, políticos, além de Roberto Civita, dono da Veja; condição era que declarações saíssem primeiro na revista semanal, que em setembro deu capa com Marcos Valério; procurada, editora Abril não se pronunciou.
Declarações de um advogado feitas na madrugada
de sexta-feira (15/12), denunciou uma suposta trama que envolve um acordo de R$ 17
milhões para convencer o empresário Marcos Valério a denunciar o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva no caso do ‘mensalão’. A conversa, que teria
acontecido num restaurante de Brasília, foi noticiada nesta manhã pelo ator e
ativista político José de Abreu, via Twitter.
Ao 247, Abreu não deu mais informações sobre quem
seria o advogado, mas garantiu que não se trata de Marcelo Leonardo,
representante do publicitário mineiro na Ação Penal 470, da qual seu cliente foi
condenado com uma pena que passa dos 40 anos. Marcelo Leonardo sequer teria
concordado com o acerto. Quanto à fonte que lhe revelou o diálogo, ele se
limitou a dizer: “É um político da oposição”.
“Estou repassando o que me contaram, foi nessa
madrugada. Uma pessoa ouviu do advogado, que começou a falar mais alto num
restaurante de Brasília. Era um lugar menos nobre, não era tipo um Piantella”,
descreveu José de Abreu, em referência ao famoso ponto de encontro de políticos
da capital federal. Segundo ele, há ainda prometido ao empresário dois
apartamentos nos Estados Unidos, um em Miami e outro em Nova York, “FORA o
pagamento de TODAS as multas financeiras a que MV foi condenado”.
O acerto teria sido feito sob a condição de que
as revelações contra Lula sairiam primeiramente na revista Veja. Em setembro,
uma reportagem de capa intitulada “Os segredos de Valério” traz frases
atribuídas a interlocutores próximos ao empresário apontando o ex-presidente
como chefe do ‘mensalão’. Segundo o advogado, o dinheiro para pagar Marcos
Valério teria vindo de uma “composição financeira” envolvendo empresários,
políticos e o próprio dono da semanal, Roberto Civita, quem, segundo ele, seria
o responsável pela organização da ‘vaquinha’.
Posteriormente à publicação da reportagem, foi
levantado um debate na imprensa e nas redes sociais que questionava a
veracidade das denúncias e a existência de um áudio que comprovasse a
entrevista. O colunista do jornal O Globo, Ricardo Noblat, liderou a defesa à
revista, garantindo que havia, sim, uma “fita” com as revelações de Valério.
Procurada pelo 247 para comentar as denúncias, a assessoria de imprensa da
Editora Abril não respondeu até a publicação dessa reportagem.
FUTURO DOS FILHOS
A intenção de Marcos Valério seria “deixar bem os
filhos”, postou o responsável pelas revelações. Ao 247, o ator acrescentou que
há psiquiatras e psicólogos envolvidos e que o publicitário não passa bem.
“Cada imóvel teria sido colocado em nome de cada filho de MV. A saída de casa,
a “farsa da separação” segundo o advogado bêbado, fazem parte”, escreveu José
de Abreu, em referência ao acordo. Valério andava muito deprimido e não queria
deixar a família sem garantias quando ele fosse para a prisão, conta Abreu.
FALOU, TEM QUE PROVAR
As denúncias, porém, teriam de ser provadas. “Uma
parte da grana só seria paga se MV conseguisse que abrissem processo contra
Lula”, escreveu José de Abreu no microblog. Depois de três meses da reportagem
publicada por Veja, o jornal O Estado de S.Paulo revelou, nesta semana, parte
de um depoimento do empresário à Procuradoria Geral da República feito em 2003,
com mais revelações sobre o ex-presidente.
Fonte: site
brasil247.com
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