domingo, 1 de junho de 2025

PESQUISA APONTA AS CIDADES MARANHENSE DE MARAJÁ DO SENA E PERITORÓ COM PIORES ÍNDICE DE QUALIDADE DE VIDA NO NORDESTE




O IPS Brasil divulgou, na quinta-feira (29.05), a segunda edição do Índice de Progresso Social, de todos os 5.570 municípios brasileiros com base em 57 indicadores sociais e ambientais. O relatório mostra que apesar de avanços graduais, os desafios para garantir qualidade de vida à população brasileira permanecem grandes e desiguais no país. 

As melhores cidades estão em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e o Distrito Federal. Pelo segundo ano consecutivo, o pequeno município de Gavião Peixoto, localizado no interior de São Paulo, recebeu a melhor classificação do Brasil com a nota de 73,26 em uma escala que vai de 0 a 100.

No site do IPS Brasil, é possível analisar o perfil detalhado de todos os municípios, identificando em quais áreas cada um se destaca e onde há necessidade de melhorias. A plataforma também permite comparar municípios que estão na mesma faixa de PIB per capita, área e população, oferecendo uma ferramenta poderosa para gestores públicos, investidores sociais e a sociedade em geral entenderem melhor as dinâmicas de desenvolvimento local e planejarem ações mais eficazes para promover o progresso social e ambiental. 


A cidade com a pior classificação do Brasil com a nota de 37,59 é Uiramutã, em Roraima. Em seguida, completam o ranking das cinco piores colocações da pesquisa os municípios de Jacareacanga (PA), Amajari (RR), Bannach (PA) e Alto Alegre (RR). Na lista das 20 cidades com as piores pontuações na pesquisa, 18 estão nos estados da Amazônia Legal.

Belém, sede COP30, ocupa o 1044º lugar entre os 5570 municípios do Brasil.

Confira abaixo a lista dos 20 municípios com piores pontuações na pesquisa.


O que o IPS Brasil 2025 avalia

O Progresso Social foi definido por um grupo de especialistas acadêmicos e sintetizado pelo SPI como “a capacidade da sociedade em satisfazer as necessidades humanas básicas, estabelecer as estruturas que garantam qualidade de vida aos cidadãos e dar oportunidades para que todos os indivíduos possam atingir seu potencial máximo”.

A partir desse conceito, o IPS Brasil 2025 é formulado com base em 57 indicadores divididos em três dimensões: Necessidades Humanas Básicas; Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades.

Desenvolvido através de uma parceria entre o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Fundação Avina, iniciativa Amazônia 2030, Anattá, Centro de Empreendedorismo da Amazônia e Social Progress Imperative., o IPS Brasil é baseado exclusivamente em dados públicos e atualizado anualmente. A ferramenta permite acompanhar tendências e medir a efetividade de políticas públicas em tempo real.

IPS e o desempenho das capitais brasileiras

De modo geral, as capitais brasileiras apresentaram desempenho relativamente melhor no IPS, representado pelos tons de azul no mapa, com exceção de Maceió (AL), Porto Velho (RO) e Macapá (AP), que registraram notas mais baixas. Entre as capitais com melhores resultados, destacam-se Curitiba, Campo Grande, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Veja abaixo as pontuações dos 20 municípios brasileiros com os melhores desempenhos no IPS Brasil 2025.


IPS Brasil 2025 – Estados

No ranking dos estados do IPS Brasil 2025, o Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina lideram com as melhores notas. No lado oposto, os piores desempenhos se concentram na Amazônia Legal, com Acre, Maranhão e Pará ocupando, respectivamente, as últimas posições — um retrato das desigualdades regionais que ainda marcam o país.


Marajá do Sena e Peritoró figuram como as piores cidades do Nordeste

As cidades maranhense de Marajá do Sena e Peritoró aparecem entre as 20 piores cidades brasileiras e as 2 piores da região Nordeste, com a pior qualidade de vida do Nordeste.

Segundo a pesquisa, Marajá do Sena conta com pouco mais de 7 mil habitantes aparece como a cidade do Nordeste com o índice mais baixo. Entre os estados com o pior índice de qualidade de vida, o Maranhão ocupa o penúltimo lugar com nota 55,96 atrás somente do estado do Pará, com 53,71.

O isolamento geográfico é uma das principais reclamações da população, além disso, por estar em uma localização cercada por morros, os moradores enfrentam dificuldades para entrar e sair da região. A estrada sem asfalto e cheia de ladeiras, é o pior obstáculo.

O forte da economia na região é a criação de gado e grãos. Entretanto, durante o período chuvoso, a cidade chega a ficar dias isolada devido as péssimas condições de infraestrutura dos acessos à cidade. A situação dificulta o escoamento da população.

Por meio de nota, a Prefeitura de Marajá do Sena informou que tem implementado diversas ações visando a melhoria da infraestrutura urbana e rural, bem como a ampliação da oferta educacional do município. Segundo a gestão, o município tem ampliado a oferta de ensino em tempo integral, investido em obras voltadas para o desenvolvimento urbano, como a recuperação de estradas vicinais, além da ordem de serviço para a conclusão da MA-323, em parceria com o Governo do Estado.

Também por meio de nota, a Prefeitura de Peritoró disse que repudia a publicação do ranking já que os dados não coadunam com a realidade dos serviços essenciais ofertados pelo município. A gestão afirmou que trabalha em todos os setores para que a população tenha qualidade de vida.

Como foi calculado

A escolha dos 57 indicadores usados no cálculo obedece a critérios como relevância social ou ambiental. Os indicadores são divididos em três dimensões: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Isso ajuda a explicar, por exemplo, o motivo de cidades mais pobres terem desempenho melhor do que municípios mais ricos. Ainda assim, na média, cidades mais ricas e com maiores facilidades de acesso tiveram melhores desempenhos.

A edição deste ano traz uma atualização importante: foram incluídos cinco novos indicadores: consumo de alimentos ultraprocessados, resposta ao benefício previdenciário, resposta a processos familiares, índice de vulnerabilidade das famílias e famílias em situação de rua.

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