segunda-feira, 4 de maio de 2020

JUIZ DOUGLAS MARTINS QUE DECRETOU LOCKDOWN EM SÃO LUÍS E REGIÃO METROPOLITANA DIZ QUE RECEBEU AMEAÇAS DE MORTE

Douglas de Melo Martins (@DouglasMMartins) | Twitter
Juiz Douglas de Melo Martins
O juiz Douglas de Melo Martins que decretou lockdown na Ilha de São Luís relatou nesta segunda-feira (4), durante uma entrevista à Rádio Mirante AM, que está recebendo ameaças de morte após o decreto, as ameaças estão sendo feitas em suas redes sociais desde a última quinta-feira, 30.

"Olhem o grau de falta de civilidade, as pessoas não tem mais um equilíbrio, elas não sabem mais discordar da decisão. Eu acho que o juiz está errado, eu acho que ela é inconstitucional e fere o direito de ir e vir das pessoas e que fere a questão dos poderes, eu não concordo que fere, mas eu concordo com o direito que elas tem de criticar. As pessoas tem o direito de criticar, mas não tem o direito de dizer que vão me matar, o direito de dizer que vão me bater e que vão me agredir. Um grupo de pessoas absolutamente intolerantes, elas sequer sabem mais como criticar alguém sem ofender. Em que mundo nós vivemos?" disse ele.

Segundo ele, muitas pessoas não concordaram com a decisão de confinamento e por isso começaram a o ameaçar.

O Tribunal de Justiça do Maranhão e a polícia foram acionados pelo magistrado. Ainda segundo Douglas Martins, essas mesmas pessoas que cometem essas atrocidades são as mesmas que vão às ruas e depois de infectados com coronavírus procuram os hospitais.

"Essa mesma indisciplina que faz uma pessoa dizer que vai matar o juiz por uma decisão é a mesma que faz as pessoas saírem na rua apesar da ordem de que é para ela não sair nas ruas e essa pessoa morre depois. Então vamos deixar essa vaga para uns que não teve a opção de ficar em casa porque tem gente que está na rua porque não tem opção e trabalha na rede de saúde, em farmácia, em segurança privada e trabalha na imprensa" destacou.

Na decisão, o juiz disse ainda que a adoção do bloqueio total é necessária porque 'é a única medida possível' e eficaz no cenário para contenção da proliferação da doença e para possibilitar que o sistema de saúde público e privado se reorganize, a fim de que se consiga destinar tratamento adequado aos doentes.

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