Relatos
aterrorizantes de norte-coreanos devorando pessoas para saciar a fome, em
alguns casos os próprios filhos tomaram conta do noticiário internacional nos
últimos dias. As informações expõem o desastre humanitário pelo qual o país
oriental pode estar enfrentando.
Os
primeiros relatos foram publicados ainda no inicio do ano passado pelo diário
britânico The Sunday Times. O jornal compilou o trabalho de repórteres
independentes que foram enviados à Coreia do Norte pela agência de notícias Asia
Press, com sede em Osaka, no Japão.
A Asia Press
informa que possui uma rede dos chamados “jornalistas-cidadãos” dentro
da Coreia do Norte. Os “citizen journalists” (termo em inglês) são
pessoas comuns que atuam como jornalistas, coletando informações e produzindo
notícias.
Recentemente,
um homem supostamente faminto foi executado na Coreia do Norte por matar e
comer seus próprios filhos. A informação foi concedida por uma fonte anônima à
agência Asia Press.
De acordo
com a reportagem, o homem se aproveitou da ausência de sua mulher, que viajava
a trabalho, para assassinar sua filha mais velha. Por ter presenciado o crime,
o filho mais novo acabou sendo também executado. Ao retornar, a mulher
suspeitou do excesso de comida e chamou policias, que descobriram partes dos
corpos nos alimentos.
Nos
últimos anos, as autoridades norte-coreanas executaram ao menos três pessoas
acusadas de canibalismo, revela um relatório publicado em maio de 2012 pelo Korea
Institute for National Education (KINU), em Seul, Coreia do Sul.
De acordo com o estudo, realizado a partir de depoimentos de refugiados, a
desnutrição aguda é a principal razão dos atos antropofágicos.
Mas há
outros motivos: em 2009, por exemplo, um homem foi fuzilado em praça pública na
cidade de Hyesan, sob a acusação de ter devorado uma menina de dez anos.
De acordo com o relatório, ele seria uma vítima da crise alimentar na
região decorrente de uma reforma monetária que provocou uma inflação
generalizada no país.
O relato
mais impressionante é de uma mãe que teria matado e comido sua filha, de nove
anos. Em depoimento de 2007, ela teria dito que perdeu a razão por conta da
fome. "A carne humana é melhor que a carne de porco e todos vamos morrer
de qualquer jeito", assinala o relatório. Apesar do assunto chocante, o
KINU adverte que é preciso não superestimar a importância do canibalismo na
Coreia do Norte, pois a prática não acontece em larga escala. Dos 230
refugiados que prestaram depoimento, dez falaram em canibalismo.
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