O governo do estado do Maranhão mostra que
prioridade pela educação não passa de discurso e por sinal um discurso já
ultrapassado. O ano letivo de 2013 foi iniciado desde o final do
mês de fevereiro trazendo uma expectativa positiva para a comunidade,
principalmente para os estudantes que estavam cursando ou iniciariam o ensino
médio.
Não é nenhuma novidade que hoje temos construída no
Coroadinho uma escola, que, se estivesse funcionando atenderia uma parcela dos
milhares de estudantes que cursam o ensino médio e tem que se deslocarem todos
os dias para fora da comunidade. Sabemos também que no bairro funciona uma
única escola de ensino médio escola Benedito Leite, anexo CEPC, mas que não
oferece as condições necessárias para o processo de aprendizagem.
A escola de ensino médio do Coroadinho foi fruto da luta de sua população, mulheres e homens, alguns deles (a) não estão mais entre nós, mas se estivessem estariam também inconformados com a situação atual da escola.
A construção desta unidade de ensino foi iniciada na gestão do prefeito Jackson Lago, este, em visita ao bairro comprometeu-se em atender a solicitação da comunidade, afirmando que a construção da escola“seria uma questão de honra”; o local onde a escola está construída foi uma indicação da comunidade, pois, o empecilho para a construção da mesma era a falta de local adequado que permitisse a execução do projeto.
Durante o ano de 2012 nas festividades dos 400 anos
de São Luís o governo do estado chegou a anunciar a inauguração da escola,
porém, a comunidade representada por entidades apresentaram ao então secretário
de educação João Bringel um documento que se manifestavam contrários à
inauguração da escola devido alguns pontos do projeto de execução da obra não
terem sido ainda finalizados, consequentemente a escola não poderia funcionar,
faltava a urbanização das vias de acesso, construção de estacionamento, ligação
da energia elétrica do prédio e principalmente a perfuração de um poço
artesiano para atender a demanda da escola, haja vista, que a área sofre com as
constantes falta d’agua.
Rua sem urbanização |
foto: Google Via de acesso sem urbanização |
foto: Google Via de acesso sem urbanizacçao - Rua da Prata |
Área onde deveria ter sido construido o estacionamento |
Com o atraso na entrega da escola quem sofre as
consequências diretas são professores, alunos e pais de famílias que tem que
colocar seus filhos em escolas fora do bairro. Este blog conversou com todos
eles que se manifestaram a respeito da situação atual da escola.
As estudantes do 3º ano, Rosangela e Whatina, falam da situação atual da nova escola com muita indgnação. Para Whatina a situação é desagradável e vergonhosa “temos uma escola novinha construída no bairro e não podem estudar nela devido uma situação que parece ser tão pequena e que poderia facilmente ser resolvido, parece que falta é interesse”. Já Rosangela é mais enfática e lamenta pelo fato de estar estudando em uma escola que não oferece as melhores condições para o aprendizado “nossa escola não oferece as condições ideais para o aprendizado, sabemos que este prédio não foi feito para o ensino formal, são salas pequenas, quentes, superlotadas; mesmo com o esforça da direção da escola para nos oferecer um espaço adequado é impossível à estrutura do prédio não permite melhorias, queríamos mesmo era estudar em uma escola que contribuísse para que nós tivessemos uma melhor educação”.
O Senhor Zeca, morador do Coroadinho, lamenta que a
escola não esteja funcionando, citando que a falta de uma escola no bairro
influencia até mesmo no orçamento da família “se essa escola estivesse
funcionando os pais de famílias não teriam que colocar seus filhos para estudar
fora do bairro, minha filha não precisaria ir estudar tão longe de casa, além
do mais, eu não teria despesas com passagem, o dinheiro que gasto poderia ser
investido em outra coisa, sem contar que a qualidade de vida dela seria melhor,
não teria que pegar ônibus lotado todos os dias para chegar à escola”, desabafa
o senhor Zeca.
Outro que demonstrou insatisfação com o descaso do
governo do estado em resolver logo a situação da escola foi o senhor Mendonça,
morador e comerciante do bairro, ele demostra toda sua indignação afirmando que
falta vontade politica para que a escola seja entregue para quem é de direito
que são os alunos do bairro “há seis anos que foram iniciados os trabalhos
desta escola, e até hoje não conseguiram concluir as obras, será que vão querer
entrega-la somente no período eleitoral?”, acrescentou ser sabedor que no
bairro funciona uma escola que oferece o ensino médio, mas que ela não tem
estrutura adequada para os alunos, "nossos alunos precisam de uma escola
preparada para atendê-los da melhor maneira possível, precisam de biblioteca,
de quadra esportiva, laboratórios, é dever do governo oferecer as melhores
condições para que esses alunos possam se capacitar, somente conseguiremos
romper com a miséria em nosso estado com educação de qualidade”.
O presidente do Conselho de Defesa Social da Área
Polo Coroadinho (CONCDESP), Antônio Januário, também expressa sua insatisfação
dizendo que falta interesse do poder publico para terminar logo essa obra “essa
escola está sendo construída desde 2007 e ainda não foi entregue a comunidade,
é evidente que falta o interesse do poder público e um maior compromisso com
esta comunidade que vem sofrendo ha anos com a falta de educação, nossos filhos
tem que se deslocar para outros bairros para estudar e muitas vezes isso não é possível pela falta de dinheiro para pagar passagem; há mais de 36 anos os moradores do pólo Coroadinho que conta com uma população de aproximadamente 54 mil famílias esperam por esta escola, esperamos que nossa governadora tenha sensibilidade com esta comunidade e conclua esta obra que é de tamanha importância para todos nós”.
A comunidade do Coroadinho decidiu por homenagem uma moradora do bairro Dorilene Silva Castro, dando seu nome à escola, Dorilene que foi assassinada em 2003 e tornou-se ícone na luta pelas melhorias do bairro. Conforme apuramos nem mesmo o nome da escola está garantido, pois, é preciso ser baixado um decreto pelo governo para assegurar que a indicação da comunidade seja atendida o que até agora também não foi feito.
Foto. goole |
A área de construção da escola é de seis mil metros
quadrados (6.000 m²). Com 12 salas de aula, um laboratório de Informática e uma
quadra poliesportiva, beneficiando uma média de 1.400 alunos.
Que legal, muita gente desconhece este site. Seria interessante que os administradores deste site publicassem isso em facebook.
ResponderExcluirPara que a comunidade pudessem ajudar em algo.