Envolver a
sociedade em uma ampla discussão sobre o combate e a prevenção da violência
contra a mulher é o objetivo da “1ª Caminhada Mulheres Lutando pela Paz” que
será realizada hoje (20), às 15h no Pólo Coroadinho. A caminhada terá
concentração na União de Moradores do Bairro do Bom Jesus e no Viva do Alto São
Sebastião, num trajeto que percorrerá várias ruas da área.
A
mobilização contará com a presença de lideranças e entidades comunitárias e com
vários representantes da comunidade. A Caminhada tem o objetivo de sensibilizar
a sociedade e cobrar dos órgãos públicos ações concretas para o combate da
violência doméstica, chamando atenção para a falta de estrutura no atendimento
de mulheres agredidas.
Além de fomentar a cultura de Paz para as
mulheres, a Caminhada será um momento oportuno para cobrar, também, das
autoridades solução para os casos ocorridos nos últimos dias. Um 'apitaço' e
também um 'panelaço' está programado para acontecer como forma de chamar a
atenção da comunidade.
O número de denúncias de casos de violência contra mulher em São Luís
dobrou nos últimos dois anos. No ano passado foram atendidos 262 telefonemas
pelo Núcleo de Violência Doméstica do Disque Denúncia no Maranhão (3223-5800) e
no ano anterior foram registrados 131 ligações. Os dados são dos relatórios do
ano passado divulgado recentemente pela organização. Este ano já foram
relatados 40 casos de ataques às mulheres. A pesquisa ainda mostra quais são os
bairros de onde mais saem denúncias de casos de violência contra a mulher. São
eles Cidade Operária (30%), Anjo da Guarda (16%), Cidade Olímpica (14%), Centro
(11%), Turú (9%) e outros (20%).
Em
todo o estado, houve um aumento de 111% no número de denúncias de casos de
violência contra a mulher no Maranhão em 2012. Foram registradas 520 ligações
passando informações sobre esses casos no ano passado, enquanto em 2011 o
Núcleo de Violência Doméstica do Disque Denúncia registrou apenas 246 denúncias
do tipo. Desde 2008, cerca de 1.120 denúncias sobre violência contra mulher
foram registradas em todo o estado.
Desde a
promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, o número de agressões contra
mulheres relatadas ao governo federal por meio do serviço Ligue 180 cresceu
600%. A maioria dos casos descritos (57%) envolve agressões físicas.
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Segundo
dados da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, o serviço de
atendimento telefônico que oferece orientações para as mulheres vítimas de
violência fechou o ano de 2012 com 88.685 relatos de agressão – contra 12.664
há seis anos.
Segundo a
pasta, a elevação no número de relatos não significa necessariamente um
crescimento real dos casos de violência, mas um aumento das notificações – na
medida em que mais mulheres estariam se sentindo seguras para procurar ajuda.
Os dados
foram contabilizados a partir das ligações feitas ao número 180, um serviço
gratuito focado na orientação das mulheres vítimas de abusos e seu
encaminhamento para órgãos da polícia, da Justiça e demais serviços de
enfrentamento da violência contra a mulher, como centros especializados e casas
abrigo.
Em
primeiro lugar no ranking das agressões relatadas ao serviço em 2012 está a
violência física contra a mulher, com 50.236 casos – o que representa elevação
de 433% em relação ao ano de 2006.
Logo
abaixo no ranking vêm a violência psicológica (24.477 casos) e a violência
moral .
O número
de relatos de violência apontados através das ligações para o 180 é hoje uma
das únicas formas para se tentar dimensionar o número de agressões a mulheres
nacionalmente – pois não há uma contagem oficial e integrada de casos na área
da segurança pública. Essa é uma das principais críticas feitas pela ONU ao
Brasil na questão da violência contra a mulher.
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