COROADINHO DIZ NÃO A VIOLÊNCIA

Com apitos, batidas em panelas, faixas e palavras de protesto, aconteceu na tarde do último sábado (20), nas ruas do Pólo Coroadinho a I Caminhada “MULHERES LUTANDO PELA PAZ’. Apesar da tarde chuvosa um grande números de pessoas participaram do evento que tinha como objetivo chamara á atenção da comunidade para a situação da violência que a cada dia  assola com mais intensidade a comunidade.

 

A 1ª Caminhada ‘Mulheres Lutando Pela Paz’, foi organizada por diversas entidades sociais do Polo Coroadinho, associações de moradores, igrejas católicas e evangélicas,  escolas, grupos de jovens, movimentos sociais, famílias de vítimas, entre outras entidades organizadas da comunidade e contou com a presença de autoridades da segurança e da juíza da vara de Família. A proposta inicial era que a caminhada chamaria a atenção para a violência contra a mulher, porém, os últimos acontecimentos no bairro tem deixado toda a comunidade apreensiva, chegando a conclusão que era hora de dar um grito e convocar a todos a ‘Dizer Não’ a todo tipo de violência.
  

Dra. Luzia Nepomuceno - juíza da  Vara da Família

Tatyana Pereira, uma das organizadoras da passeata confirma essa proposta “inicialmente, o movimento seria voltado à defesa da mulher, mas, segundo levantamento feito por entidades sociais do bairro, só este ano, 15 pessoas foram assassinadas, sendo 12 moradores do pólo Coroadinho, por conta disso, o sentimento de insegurança só tem aumentado entre a população, uma vez que a maioria dos crimes continua sem respostas”.

Durante a caminhada muitas pessoas aproveitaram para falar a respeito do momento de intranquilidade que o bairro atravessa, durante as falas, o que se ouviu foram relatos de situações em que pessoas perderam a vida sem que tivessem envolvidas com o mundo do crime, “diferente do que muitos pensam, a crescente onda de violência tem atingido não só pessoas envolvidas com o tráfico e consumo de drogas na região, mas, jovens, mulheres e famílias, que pela falta de segurança pública estão sendo dizimados" relatou um membro da organização do evento.

A caminhada demonstrou que a população do bairro está preocupada com tudo que vem a acontecendo recentemente. No último dia 12, familiares e amigos de Dennis Raphae, protestaram contra seu assassinato, saindo às ruas do bairro para cobrar providencias das autoridades para que sua morte seja esclarecida,  além de chamar a comunidade a despertar para o momento que o Coroadinho atravessa.

A Caminhada “MULHERES LUTANDO PELA PAZ’A além de fomentar a cultura de Paz foi um momento em que se relataram os inúmeros crimes acontecidos no bairro, ocasião em que se cobrou das autoridades resposta para os casos ainda sem solução”.

A saída da caminhada aconteceu na União dos Moradores do Bom Jesus, passando pela Vila dos Frades, Praça do Viva na Vila São Sebastião, Vila Conceição  e Avenida Amália Saldanha, sendo finalizada na Praça Nossa Senhora do Carmo ao lado do estádio Jairzão. Na cerimonia de encerramento os jovens do Grupo Mencri da igreja Nossa Senhora do Carmo apresentaram uma performance simbolizando os vários caminhos que o jovem tem para seguir em sua vida, e a dificuldade que encontram para fazer a melhor escolha.

Como último momento da caminhada foi realizado o ato simbólico de afixar cruzes no canteiro central da Avenida dos Africanos, representando as vidas ceifadas e também como forma de chamar a atenção para a onda de violência no bairro.