Quase mil casos de violação dos direitos de
crianças e adolescentes foram registrados em São Luís este ano nos Conselhos
Tutelares (CTs) localizados na área Itaqui-Bacanga, Cidade Operária e São
Cristóvão/São Raimundo, que recebem maior número de denúncias.
No total, os três conselhos atenderam a 994 casos
de violência contra crianças e adolescentes. De janeiro a outubro, o CT da área
Itaqui-Bacanga registrou 659 casos de violência dessa natureza. Já o
levantamento do CT da Cidade Operária, que foi feito de janeiro a setembro,
apontou 148 ocorrências do tipo. E o CT São Cristóvão/São Raimundo, que tem
levantamento feito até o mês de agosto, registrou 187 casos de violação dos
direitos.
Na área Itaqui-Bacanga, que tem abrangência em mais
de 50 bairros e já acompanhou 842 crianças e adolescentes este ano, o número de
queixas e denúncias recebido é grande. Além dos principais tipos de violência
praticados contra crianças e adolescentes, que são física, psicológica e
sexual, também são feitos muitos atendimentos relacionados a tortura,
discriminação, racismo, cárcere privado e outras situações.
De acordo com Luziano Campos, conselheiro e
coordenador do CT Itaqui-Bacanga, um único indivíduo assistido enfrenta vários
tipos de violência e falta de assistência dos pais. “Quando uma criança ou
adolescente sofre violência física, ela também sofre a psicológica. Nesse mesmo
caso, ela pode ter sofrido com a negligência dos responsáveis, que não deram
alimentação ou higiene ou não a matricularam na escola”, explicou.
No Conselho Tutelar da Cidade Operária (Área III),
as denúncias de abuso sexual são as que contabilizam o maior número, segundo a
conselheira Rosângela Santos Dias. Em quase três anos de trabalho no local, ela
acompanhou 32 casos do tipo. Na maioria deles, o abusador era um familiar e
mais de uma criança da mesma família era abusada.
“Esse é um número muito grande. Acredito que se
deve não só ao fato de terem acontecido mais casos, mas também à ampla
divulgação que temos feito. As pessoas têm nos procurados mais para denunciar
também casos de maus tratos em que os pais são dependentes químicos e por isso
são negligentes com os filhos”, afirmou Rosângela Santos Dias.
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