sexta-feira, 24 de maio de 2013

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE BRASÍLIA MANTEM DECISÃO QUE PROIBE O ESTADÃO DE PUBLICAR INVESTIGAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA FERNANDO SARNEY

Por três votos a zero, a 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ/DF/T) manteve a censura sobre o jornal ‘O Estado de S. Paulo’, o ‘Estadão’, que desde 31 de julho de 2009 está proibido de publicar matérias sobre o envolvimento de Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP), nas irregularidades investigadas pela Operação Boi Barrica, da Polícia Federal.

Em 2009, decisão da primeira instância deu razão ao jornal, mas os advogados do irmão da governadora Roseana Sarney (PMDB) recorreram e foram atendidos pelo desembargador do TJ/DF/T, Dácio Vieira, amigo pessoal de José Sarney e atualmente presidente do tribunal.

Foto: Atual7
Fernando Sarney

Antes da liminar de Dácio, os advogados de Fernando Sarney tinham apresentado outro recurso contra a decisão da primeira instância, que finalmente foi julgado nessa quarta-feira (22).

Como a investigação está sob sigilo, a 5ª Turma Cível entendeu que não pode ser divulgado nada sobre ela. A turma é composta por quatro desembargadores, mas o presidente não vota. A sessão que manteve a censura foi secreta.

A defesa do Estadão alegou que o sigilo é apenas para os entes públicos, não para a imprensa. Informou também que vai esperar a publicação da decisão para saber se vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas garantiu que vai continuar tentando derrubar a decisão.

‘Lamento muitíssimo que uma decisão desse tipo coincida com o falecimento do dr. Ruy Mesquita, que sempre foi um incansável batalhador da liberdade de imprensa. A coincidência é infeliz’, afirmou após o julgamento o advogado Manuel Alceu Affonso Ferreira, que defende o jornal.

Operação Faktor / Boi Barrica

A Operação Boi Barrica, depois rebatizada de Faktor, foi deflagrada em 2009 e investigou os negócios de Fernando Sarney e outros familiares. A investigação apontou indícios de tráfico de influência no governo federal, formação de quadrilha, desvio e lavagem de dinheiro.

No dia 22 de julho daquele ano, reportagem do jornal ‘O Estado de S. Paulo’ informou que diálogos da Operação Boi Barrica mostravam o sócio-proprietário do Sistema Mirante de Comunicação conversando com o pai sobre a nomeação de um suposto namorado de sua filha no Senado. O escândalo de nomeações por atos secretos tinha explodido no Senado e levou a uma série de mudanças administrativas.

Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou ilegais as escutas telefônicas nas quais foi baseada a investigação.

Fonte: Atual

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