quinta-feira, 13 de novembro de 2014

NAVIO VINDO DE PAÍS COM EPIDEMIA DO EBOLA VEM PARA O MARANHÃO SEM SER FISCALIZADO


Navio seguiu viagem para o MA sem termo de
liberação da Anvisa (Foto: Dyepeson Martins/G1)

Fiscais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não conseguiram realizar a inspeção do navio cargueiro de bandeira holandesa Clipper Alba, que partiu da Libéria, e estava há um dia ancorado em águas amapaenses por falhas no maquinário da embarcação. O procedimento deveria ser feito na quarta-feira (12) no porto do Distrito de Fazendinha em Macapá. 

Segundo a Capitania dos Portos, o problema fez com que o comandante da embarcação mudasse a rota final, que seria a cidade de Itacoatiara, no Amazonas, para o Porto de Itaqui em São Luís, no Maranhão. O navio seguiu viagem nesta quinta-feira (13).

O comandante da capitania, Lúcio Marques, disse que o navio estava ancorado no porto do município de Santana, distante 17 quilômetros da capital, e depois seguiu para a capital.

"Em razão do problema técnico a embarcação não pôde navegar para o local da inspeção. Os fiscais estavam aguardando no fundeador [área de manobra para atracação] da Fazendinha, mas o armador do navio achou por bem redirecioná-lo e ao invés dele subir o Rio Amazonas ele preferiu seguir viagem para o Maranhão", explicou. 

Para seguir a viagem, a embarcação precisava do termo de liberação, documento obrigatório que é expedido pela Anvisa após a inspeção. A direção da agência no Amapá informou que repassou a situação para a sede nacional do órgão, em Brasília, que deve tomar as providências necessárias.

O comando da Capitania dos Portos também já comunicou a chegada do navio cargueiro para a o comando da corporação no Maranhão. 

O navio de carga está sendo monitorado desde 4 de novembro quando deixou a cidade de Bhuchanan, no país do leste africano, por causa da epidemia de ebola na região, que ainda vive estado de emergência da doença.

A vinda do cargueiro para o Brasil deixou em alerta os práticos que vão conduzir o navio do Amapá até o destino final. Os trabalhadores querem o cumprimento da quarentena de 21 dias no navio para poderem continuar a viagem. O período compreende a incubação do vírus ebola antes da aparição dos primeiros sintomas no infectado.

Histórico

Esse é o segundo caso de navio vindo de áreas com ebola que chega ao Amapá. O primeiro aconteceu em outubro, quando um navio que partiu da Guiné, na África, com destino a Santarém, no Pará, foi alvo de inspeção da Anvisa, em Macapá. Os agentes também buscavam indícios de ebola. 

A continuação da viagem, no entanto, foi cancelada pela própria empresa que contratou o navio. A medida foi justificada para “tranquilizar a população paraense”.

Fonte: G1

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