segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PREOCUPANTE, COROADINHO REGISTRA MAIORES NÚMEROS DE CASOS DE AIDS EM SÃO LUÍS

O Levantamento divulgado no último dia (26), pelo Ministério da Saúde revela que a incidência dos casos de Aids estabilizou no Brasil, mas avança dos grandes centros para os municípios menores. De acordo com o estudo, os casos da doença caíram 15% entre 1997 e 2007 nos maiores centros urbanos do país. Porém, no mesmo período, dobrou a notificação de casos nas cidades com menos de 50 mil habitantes. 

A diferença entre os casos registrados nos municípios maiores para os menores caiu de oito para três vezes em dez anos. Ainda assim, os grandes centros concentram mais da metade (52%) das notificações da doença. Os municípios com menos de 50 mil habitantes respondem por 11% dos registros.

O estudo do Ministério da Saúde se debruçou sobre os 4.867 municípios brasileiros onde já foi notificada pelo menos uma ocorrência da doença. 

Maiores municípios

As notificações nos municípios com população superior a 500 mil pessoas caíram de 32,3 para 27,4 casos por 100 mil habitantes, entre 1997 e 2007. Nesse período, 24 das 39 maiores cidades do país registraram índice de queda ou estabilidade. Nos municípios com menos de 50 mil habitantes, as ocorrências saltaram de 4,4 por 100 mil pessoas, em 1997, para 8,2, em 2007.

O estudo, porém, faz uma ponderação: “A tendência de crescimento de aids nas cidades menores e queda nas maiores se confirma nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Mas, Norte e Nordeste apresentam um perfil diferente. Ocorre aumento da taxa de incidência, quando se compara 1997 com 2007, tanto em municípios grandes quanto em pequenos”.

NÚMEROS MOSTRAM UMA EPIDEMIA DE AIDS EM SÃO LUÍS

Estão no Norte e no Nordeste as capitais onde a incidência da Aids avançou entre 1997 e 2007. Um total de 249 novos casos de Aids foram confirmados em São Luís este ano, segundo o Programa Municipal de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde (Semus). Com um elevado número de casos, a capital maranhense ocupa o segundo lugar no ranking de municípios do Nordeste com maior índice na taxa de detecção, ficando atrás apenas de Ipojuca (PE).

Nesse quesito, a cidade é também a primeira capital no Nordeste e quinta capital brasileira. Os dados são referentes ao Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2013 do Ministério da Saúde. Entre os dados apresentados pelo coordenador do Programa Municipal de DST/Aids do município, Claudean Serra, números mostram uma epidemia de Aids em São Luís.

Os dados são referentes ao Boletim Epidemiológico HIV/Aids de 2013 do Ministério da Saúde. Em sete anos (2007 a 2013), houve um aumento de 196% na incidência de casos na cidade. Dentro desse período, houve pequenas diminuições entre alguns anos como aconteceu entre os anos de 2012 e 2013, que registraram 405 e 394 casos, respectivamente. Mas a redução foi considerada muito pequena.

De acordo com o boletim, sete bairros concentram os casos de Aids na cidade: Liberdade, Vila Embratel, Anjo da Guarda, Coroadinho, João Paulo, Turu e Vila Palmeira. 

Queda ou estabilidade

Ainda entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, são de São Paulo as oito que registraram maior queda na incidência da doença no período pesquisado: Ribeirão Preto, queda de 72,5%; Sorocaba (SP), redução de 55,3%; Santo André, baixa de 51,7%; Osasco, menos 51,6%; São Bernardo do Campo, declínio de 51,1%; São José dos Campos, 47,1%; e São Paulo, queda de 45,1%. As paranaenses Curitiba, com redução de 34,4%, e Londrina, com baixa de 28,5%, completam a lista dos dez grandes centros com maior queda nos casos de Aids.

217 mil mortes

Ainda segundo o estudo, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil entre 1980 e junho de 2009. Ao todo, 217.091 pessoas morreram no país em decorrência da doença. A cada ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. De acordo com o Ministério da Saúde, a estimativa é de que existam 630 mil pessoas infectadas pelo vírus HIV no país.

O levantamento mostra ainda que 87,5% (4.867) dos 5.564 municípios brasileiros registram, pelo menos, um caso da doença. O maior percentual de incidências notificadas nessas quase três décadas está na região Sudeste (59,3%), com 323.069 registros da doença. O Sul vem atrás, com 104.671 notificações (19,2% dos casos). O Nordeste tem 64.706 (11,9%) casos; o Centro-Oeste, 31.011 (5,7%), e o Norte, 21.389 (3,9%).

Soropositivos

Segundo o coordenador adjunto do Programa Municipal, Wendel Alencar, cerca de 60 casos HIV são confirmados por mês nas unidades de saúde em São Luís. A média de casos de Aids confirmados todos os meses é de aproximadamente 23. Registro de HIV significa que foi confirmada a presença do vírus no organismo, mas não há manifestação de sintomas e a Aids é quando o vírus passou pelo período de encubação e a pessoa já apresenta os sintomas das doença.

Os jovens estão em destaque entre os soropositivos de São Luís. A faixa etária com maior incidência da doença é a compreendida de 20 a 34 anos. Muitos que descobrem a doença nessa faixa etária foram infectados anos antes, até mesmo na adolescência. Nesses casos, o acompanhamento do paciente é criterioso. “O vírus demora a manifestar sintomas. Então se temos jovens nessa faixa etária, precisamos ter esse olhar apurado para saber como ele contraiu o vírus. Se ele nasceu com o vírus, se foi violentado quando criança ou se contraiu no início da adolescência por infecção espontânea”, frisou Wendel Alencar.

Assim como os jovens, as mulheres são maioria no perfil das pessoas que vivem com Aids hoje na capital maranhense. “Hoje, a epidemia de Aids em São Luís é heterossexualizada. Dentro disso, há uma feminização. Ou seja, estagnou um pouco com relação aos casos em homens. Mas os casos em mulheres todo ano vem subindo”, ressaltou o coordenador adjunto do Programa Municipal de DST/Aids da Semus.

Atendimento

No total, a cidade dispõe de 32 unidades de saúde habilitadas para fazer o teste rápido do HIV. O teste também está disponível em todas as maternidades para gestantes e, além disso, existem os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) do Anil e do Lira e o Centro de Saúde no Bairro de Fátima.

Na rede de atendimento, os pacientes contam com os serviços de aconselhamento, orientação, esclarecimento dos direitos sociais, assistência médica de enfermagem, apoio psicológico, incentivo a adesão ao tratamento; palestra educativa, assistência integral ao paciente HIV/Aids, dispensão de medicamentos, entre outros. É oferecida ainda assistência integral aos pacientes com infecção pelo HIV/Aids no seu domicílio por uma equipe multiprofissional (médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social).

Outro dado que chama a atenção são os casos de Aids que envolvem gestantes, somente no Centro de Saúde do Bairro de Fátima, de janeiro até outubro, foram confirmados 39 casos. 

Prevenção

A prevenção da AIDS, uma doença grave que pode ser transmitida através do sangue, esperma, secreções vaginais ou leite materno, pode ser feita através de:
Uso da camisinha em todo contato íntimo;
Sempre utilizar seringas e agulhas descartáveis;
Uso de luvas para manipular feridas ou líquidos corporais;
Seguir o tratamento da AIDS durante a gravidez para evitar a contaminação do bebê;
Mãe portadora do vírus HIV não deve amamentar seu bebê.

Não se pega AIDS através do contato com a saliva, suor, lágrimas e:
Através do beijo, abraço, cumprimento;
Masturbação com preservativo;
Usar o mesmo sabonete, toalhas ou lençóis;
Frequentar a mesma piscina, usar a mesma banheira;
Picada de insetos;
Usar o mesmo copo, prato ou talher.

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