sexta-feira, 29 de março de 2019

POLO COROADINHO PASSA QUASE 90 DIAS SEM HOMICÍDIOS DOLOSOS

Considerada uma marca expressiva, o Polo Coroadinho, localizado em São Luís e composto, oficialmente, por 18 bairros, passou 84 dias consecutivos sem um registro sequer de homicídios dolosos, apesar da disputa territorial entre duas facções criminosas. O período começou em dezembro de 2018 e foi rompido no dia 27 de fevereiro passado. O aumento do efetivo da Polícia Militar e o incessante trabalho de investigação da Polícia Civil foram apontados como fatores para essa realidade. 

Ao repórter Nelson Melo, que realiza pesquisa sobre facções criminosas no Maranhão, o major Raimundo Mulundu Martins Serra Júnior, comandante da 2ª Unidade de Segurança Comunitária (USC) do Coroadinho/Bom Jesus, disse que a sequência de dias sem crimes dolosos contra a vida foi “quebrada” no dia 27 de fevereiro, quando mataram Wellington Pinheiro Diniz, de 32 anos, por arma de fogo na Vila Conceição. 

Até então, o Polo Coroadinho, ocupado por aproximadamente 100 mil habitantes, não havia sido palco de nenhum homicídio doloso desde o início de dezembro do ano passado.

Nelson Melo ao lado do delegado Rondinelli Araújo 

Major Serra ao lado do jornalista e escritor Nelson Melo

O major declarou, para efeitos de comparação, que, entre janeiro e fevereiro de 2018, a região foi marcada pelo registro de 6 casos de mortes violentas. Isso mostra que o início de 2019 está representando uma redução muito grande nesse aspecto, ainda mais em um lugar no qual Bonde dos 40 e Comando Vermelho (CV) buscam manter e conquistar territórios, como ocorre em qualquer outro local do Maranhão onde essas facções estão presentes, tanto na região metropolitana como no interior.

Para o oficial, que já tem 24 anos na corporação, a chegada de 30 novos policiais militares, em dezembro do ano passado, à USC do Coroadinho/Bom Jesus, foi fundamental para esse saldo positivo com relação aos homicídios e outros delitos no Polo, que é dividido pela unidade em quatro partes: Alto do São Sebastião, Coheb- Sacavém, Parque Timbiras e Coroadinho. Ele frisou que 5 viaturas de área e 2 de território livre fazem o patrulhamento ostensivo na região, possibilitando uma atuação mais dinâmica e eficiente.

Conforme descreveu, as guarnições de área percorrem a Primavera, as imediações da Unidade Mista do Coroadinho, a Coheb-Sacavém, o Alto do São Sebastião e o próprio Coroadinho. Esses policiais são auxiliados pelas de território livre e também por outras equipes, como a Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) e o Batalhão de Choque.

Com o aumento do efetivo na 2ª USC, o número de abordagens triplicou, “com um comandante em cada área específica”. O major citou, como exemplo, o período carnavalesco, que foi tranquilo no Polo Coroadinho, sem nenhuma alteração negativa nas comunidades.

Apesar da tranquilidade, salientou Serra, a USC não diminuiu sua atuação e continua monitorando, com a ajuda do Grupo de Serviço Avançado (GSA) do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 3 (Cpam 3); o 10º Distrito Policial (DP), Bom Jesus, e a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), as facções na região. A atenção maior se volta para o Alto do São Sebastião, área onde o CV montou uma “base”. O comandante pontuou que esse trabalho conjunto tem a pretensão de reduzir, de forma expressiva, a quantidade de homicídios no Polo, que, em 2018, registrou 21 assassinatos.

O major Serra mencionou a Nelson Melo, durante a entrevista, que, em um período compreendido de janeiro de 2015 a dezembro de 2018, a redução nos números de homicídios no Polo Coroadinho chegou a 57,14%, “saindo de 49 crimes dolosos contra a vida em 2015 para 21 no fim de 2018”.

Atuação da Polícia Civil

Também entrevistado pelo repórter Nelson, que já lançou dois livros sobre facções criminosas (“Guerra urbana – morrendo pela vida loka”/”Guerra urbana – o homem vida loka”), o delegado Rondinelli Araújo, titular do 10º DP, atribuiu esses 84 dias sem homicídios dolosos no Polo Coroadinho à prisão de todos os “torres” e “disciplinas” de facções criminosas no local. Um desses capturados foi Wilson Silva Pereira, 30, o “Tim”, em fevereiro deste ano, sendo que é investigado como autor deum assassinato ocorrido em dezembro de 2018 contra Alex Marcos Pereira Coelho.

Considerado líder do Bonde dos 40 no Morro do Zé Bombom, o criminoso, preso pelaDelegacia do Bom Jesus, tem mandado de prisão em seu desfavor representado pela Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP). É detentor de umaextensa ficha criminal, sendo que sua retirada das ruas é sinônimo de tranquilidade no Polo. Rondinelli comentou que, mensalmente, o 10º DP está cumprindo, em média, 3 mandados de prisão na região.

Araújo enalteceu o trabalho conjunto com a USC do Coroadinho nessa prevenção ecombate ao crime comum e organizado na localidade, o que resultou nessa quedasignificativa nos casos de homicídios. O titular do 10º DP destacou a quantidade de inquéritos instaurados na Delegacia do Bom Jesus, com posterior prisão dos autores de crimes dolosos contra a vida. Ele observou que cerca de 95% dos assassinatos que ocorrem no Polo Coroadinho são produtos da guerra urbana entre as duas facções criminosas existentes na região.

A equipe de captura do 10º DP, como declarou, não para e sai a campo quando necessário para cumprir mandados de prisão ou em outros tipos de operações, deforma parceira com a Polícia Militar. Rondinelli Araújo enfatizou, ainda, que auxiliou o Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO) da Seic, no mapeamentodas organizações criminosas no Polo Coroadinho. Nesse sentido, atuou em conjuntocom o delegado Gil Gonçalves, para facilitar o combate aos faccionados em todos osaspectos, incluindo o tráfico de drogas, atividade-fim dos criminosos.

Produção: Nelson Melo
Fonte: Jornal Itaqu Bacanga

quinta-feira, 28 de março de 2019

POLICIA PRENDE HOMICIDA DE PASSAGEIRO MORTO DURANTE ASSALTO

Foi preso nas primeiras horas desta quinta-feira (28), pelos policiais da DIAE com apoio de viaturas do 22 Batalhão da Polícia Militar do Estado do Maranhão, o assaltante Adelman Nogueira Neto, 24 anos. De acordo com as investigações da policia ele seria o autor do assassinato de Alessandro Dias Rodrigues, 44 anos. O crime ocorreu na noite de segunda-feira (25), nas imediações da antiga Cobal no Monte Castelo.

Alessandro Dias Rodrigues foi morto durante assalto ao ônibus da linha do bairro Santa Clara. A vítima reagiu ao assalto  e acabou sendo morto com um tiro na testa. 

Desde que cometeu o crime Adelman fugiu do bairro da Liberdade, onde mora para a casa da namorada na Vila Sarney Filho, (Maiobão) no município de Paço do Lumiar. Os policiais da DIAI conseguiram localiza-lo e pediram apoio para as viaturas do 22 BPM para pender o acusado. Adelman já responde a outros processos por assaltos e já estava com um mandado de prisão decretado pela Justiça. Essa semana a polícia há havia conseguido prender José Benedito Maranaldo Junior. Ele confessou que deu apoio ao atirador no momento do roubo. Adelman foi encaminhado para a Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa, (SHPP ) onde será apresentado.

segunda-feira, 25 de março de 2019

NÚCLEO DE METEOROLOGIA DA UEMA ALERTA PARA MAIS CHUVAS


Chuvas mais fortes e intensas vão permanecer e a tendência é que ultrapassem a média climatológica prevista, o alerta é do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Segundo o chefe do laboratório de meteorologia do Núcleo Geoambiental, Gunter de Azevedo Reschke, da meia noite do dia 24 até às 9h, foram registrados 150 milímetros de chuvas. O acumulado de chuvas nas últimas 24 horas foi de 217 milímetros – que representa 49,2% da média climatológica prevista para o mês de março que é de 428 milímetros. 

O alto volume de chuvas é causado pela ação da Zona de Convergência Intertropical, que está mais presente este ano, informa o meteorologista. “A ação deste sistema provoca chuvas mais volumosas e persistentes, abrangendo todo o Norte e Nordeste do país e é o principal sistema causador de chuvas no Maranhão”, ressalta. A zona atua de janeiro a abril e é responsável por 70% das chuvas no Maranhão.

Devido a esse fator, a média climatológica prevista para março já foi superada. Do dia 1º até às 9h de domingo foram 582 milímetros de chuvas na capital. “Ou seja, já choveu 26,4% a mais do previsto na média climatológica, nestes dias do mês. E vai chover ainda mais para os próximos dias”, alerta. Segundo as previsões, março deve ultrapassar os 600 milímetros de chuvas.

De acordo com o Núcleo Geoambiental da Uema, a capital contabilizou cinco anos consecutivos com chuvas abaixo do esperado – de 2012 a 2016; e outros dois anos com águas na média prevista – 2017 e 2018. A média climatológica anual para São Luís é de 2.290 e ficou 40% abaixo da média nestes períodos. Para 2019, a previsão é que alcance 2.500 milímetros até o final do ano – acima da média histórica.

“E temos ainda o mês de abril, que historicamente é o mais chuvoso do período no Maranhão, e que também deve ter a média climatológica de chuvas superada”, explica Gunter Reschke. Para abril, a previsão é de 476 milímetros, com maior incidência nos municípios do Centro-Norte do Maranhão, onde se encontra a capital.

PASSAGEIRO É MORTO DURANTE ASSALTO A COLETIVO EM SÃO LUÍS

Resultado de imagem para passageiro e morto em assalto no monte casteloUm passageiro do transporte coletivo de São Luís, foi morto na noite dessa segunda-feira (25), na Avenida Getúlio Vargas no Monte Castelo, próximo a antiga Cobal

Segundo as primeiras informações, o assaltante teria embarcado no coletivo da empresa São Benedito, linha Santa Clara/Pavão Filho nas proximidades do Estádio Nhozinho Santos.

Ao chegar próximo ao local do crime ele sacou da arma e anunciou o assalto. A vítima, identificada como Alexandre Rodrigues, 40 anos teria reagido e tentou agarrar o assaltante que efetuou um disparo a queima roupa acertando a testa do homem que morreu no local. 

Passageiros disseram que outro assaltante dava cobertura a ação, ambos fugiram após o crime. Não há ainda informações sobre a identidade do autor do assassinato.

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domingo, 24 de março de 2019

MORADORES DO COROADINHO VOLTAM A SOFRER COM ENCHENTES

A forte chuva que caiu sobre São Luis da madrugada deste domingo (24) até as 9h da manhã provou muito estrago e prejuízos por toda a região metropolitana, foram muitos alagamentos, desmoronamento de muros e casas. Em alguns bairros moradores ficaram literalmente ilhados dentro de suas casas, ruas ficaram submersas, carros boiando e móveis sendo levados pelas enchentes; felizmente os prejuízos até agora contabilizados foram apenas materiais.

No Coroadinho o que se viu hoje em algumas ruas foi uma imagem que para alguns moradores já era era coisa do passado, faziam parte apenas das lembranças, a exemplo de moradores da Rua São, próximo a feira; um morador dizia que há mais de 20 anos que a rua na alagava em sua totalidade, em outras ocasiões apenas a parte mais baixa era tomada pela água.

Em outros pontos do bairro, mesmo naquelas ruas em que ocorrem alagamento com frequência, devido estarem próximo ao canal do Rio das Bicas, moradores fora pegos de surpresa pelo grande volume volume d'água. 

A Rua da Alegria foi uma das que os moradores mais sofreram com os estrago, as águas invadiram quase dotas as casas, pegando muitos moradores de surpresa. 

Na manhã desde domingo uma moradora chegou a dizer que foi uma noite de horror, "moradores tendo que salvar seus pertences e em alguns casos ajudar vizinho", disse  ela.

O receio é que a chuva volte, alguns moradores já abondaram suas casas.

O prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), utilizou as redes sociais para se manifestar diante das fortes chuvas que seguem caindo em São Luís e em toda a região metropolitana.

Edivaldo afirmou que a quantidade de chuva nas últimas 12 horas, era o que estava sendo previsto para todo o mês de março. O prefeito também assegurou que a prefeitura, com apoio de outros órgãos públicos, seguem trabalhando para atender e auxiliar a população diante dos problemas ocasionados pelas fortes chuvas.

Segundo o Núcleo de Meteorologia, da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), de sábado até este domingo já choveu o equivalente a 217mm, sendo que apenas da 0h até às 9h de hoje já tem um acumulado de 150mm, e que esse volume deve aumentar ao longo do dia.

Ainda conforme o núcleo, a média para o mês de março é de 428mm; e até às 9h deste domingo já foi registrado o volume de 582mm, valor que pode aumentar













Rua da Alegria










Rio das Bicas

Canal do Rio das Bicas

Praça Nossa Senhora do Carmo

sábado, 23 de março de 2019

SEIS EM CADA DEZ PESSOAS NO MUNDO NÃO TÊM ACESSO A SANEAMENTO BÁSICO, ALERTA UNESCO

Resultado de imagem para SEIS EM CADA DEZ PESSOAS NO MUNDO NÃO TÊM ACESSO A SANEAMENTO BÁSICO, ALERTA UNESCOChuva, sol. Aridez, umidade. Não são apenas as questões climáticas ou geográficas que determinam o acesso das pessoas à água.
A pobreza, a desigualdade de gênero ou raça também são determinantes para identificar quem goza, ou não, do direito humano à água.

É o que aponta o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2019, que traz como título: ''Não deixar ninguém para trás''.

De acordo com o relatório, três entre cada dez pessoas no mundo não têm acesso à água potável segura.

Quase a metade dessa população que consome água de fontes desprotegidas, vivem na África Subsaariana.

O documento também indica que, no mundo, seis entre cada dez pessoas não têm acesso a serviços de saneamento básico, e uma em cada nove defecam a céu aberto.

Para o Oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Massimiliano Lombardo, os números são estarrecedores.

Para o Oficial de Meio Ambiente da Unesco, o Brasil tem avançado nos últimos anos tanto no abastecimento de água como no tratamento do esgoto. Mas Lombardo alerta que o brasileiro precisa perceber que a água é um recurso finito e que em algum momento pode faltar.

Levantamento do Instituto Trata Brasil aponta que 83% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada. E 52% da população têm acesso à coleta de esgoto.

Rodrigo Tupari, mora na Terra Indígena Rio Branco, em Alta Floresta, Rondônia. Poços abastecem as comunidades da aérea. Ele relata que, há cerca de 3 anos, a Secretaria de Saúde indígena passou a fazer análises mensais para avaliar a qualidade da água e que medida teve impacto na saúde das pessoas.

Mas se a água do poço é de qualidade, a poluição da água do Rio Branco preocupa os indígenas da região, afirma Rodrigo.

Massimiliano Lombardo afirma que as soluções para o problema passam por políticas públicas e financiamento de obras de saneamento direcionadas para os mais vulneráveis.

A Unesco afirma no relatório que, se a exclusão e a desigualdade não forem tratadas de forma explícita e responsiva, as intervenções relacionadas à água continuarão a não alcançar os mais necessitados. E que melhorar o acesso aos recursos hídricos são ações essenciais para erradicar a pobreza, construir sociedades pacíficas e prósperas, e garantir que “ninguém seja deixado para trás” no caminho rumo ao desenvolvimento sustentável.

Fonte: Agência Brasil

GOVERNO DO MARANHÃO CONVOCA CANDIDATOS SUB JUDICE PARA O CURSO DE FORMAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR

O Governo do Maranhão através da Secretária de Estado da Gestão, Patrimônio e Assistência dos Servidores, em cumprimento de decisões judiciais, está convocando 150 candidatos dos concursos da Polícia Militar, sendo 9 do concurso de 2012 e 141 do concurso de 2017, para participação no curso de formação (etapa de concurso), que iniciará na próxima segunda-feira (25). 

Os candidatos do concurso de 2017, serão convocados através de edital divulgado pela fundação CEBRASPE, entidade organizadora do certame no site www.cespe.unb.br. Os candidatos do concurso de 2012 receberão convocação e orientações da Secretaria de Estado de Gestão, Previdência e Assistência do Servidor (Segep) por email.

O Governo informa, ainda, que deu início aos procedimentos administrativos para nomeação imediata de 133 policiais, sendo 33 oriundos do concurso de 2012 e 100 integrantes do cadastro reserva de 2017, todos estes habilitados anteriormente na fase do curso de formação.

quinta-feira, 21 de março de 2019

MPF: ESQUEMA ENVOLVENDO TEMER E MOREIRA FRANCO MOVIMENTOU R$ 1,8 BI

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Imagem:  Internet
O ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro Moreira Franco, junto com os demais presos nesta quinta-feira, teriam movimentado irregularmente, R$ 1,8 bilhão, envolvendo vários órgãos públicos e empresas estatais, segundo o Ministério Público Federal (MPF). A organização atuava há 40 anos, tendo entre os envolvidos, Temer e o amigo dele João Baptista Lima Filho, conhecido como coronel Lima, conforme os procuradores.

A procuradora Fabiana Schneider disse que a organização começou quando Temer era secretário de Segurança de São Paulo e coronel Lima como auxiliar imediato. "Coronel Lima e Temer atuam desde a década de 80 juntos, quando Temer ocupou a Secretaria de Segurança de São Paulo. Lima passou a atuar na Argeplan (empresa e engenharia), com vários contratos públicos. Houve crescimento de contratações da Argeplan quando Temer ocupou cargos públicos. Uma planilha identifica pagamentos e promessas ao longo de 20 anos para MT, ou seja, Michel Temer”, disse a procuradora. 

O procurador regional da República, Eduardo El Hage, explicou que o valor de R$ 1,8 bilhão é fruto da soma de todos os crimes supostamente relacionados ao grupo, nos últimos 40 anos. “Existe uma tabela discriminando todos os valores de propinas na peça do MPF. Eles vêm assaltando os órgãos públicos há décadas”, disse El Hage, acrescentando que a Lava Jato continuará as investigações.

De acordo com o procurador da Lava Jato, Sérgio Pinel, o "grupo criminoso adotava como modus operandi o parcelamento da propina por vários anos. Todas as propinas que identificamos ou que estejam em investigação, promessas ou pagas, somamos e chegamos a esta cifra”.

Segundo a procuradora Fabiana Schneider, o caso da mala de dinheiro apanhada por Rodrigo Rocha Loures, que na época era assessor de Temer, propiciou a coleta de áudios, que apontam que coronel Lima atuava na intermediação para entrega de dinheiro. A reforma na casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente, segundo a procuradora, usou dinheiro ilícito. “A reforma na casa de Maristela Temer não deixa dúvida de como o dinheiro entrava na Argeplan e saia em benefício da família Temer”, disse. De acordo com Fabiana Schneider, foi identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) uma tentativa de depósito de R$ 20 milhões na conta da Argeplan, em outubro de 2018.

Presos

Temer e Moreira Franco, presos hoje (21), em um desdobramento da Operação Lava Jato, ficarão detidos em uma cela especial da Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. A determinação é do juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal, atendendo um pedido da Força-Tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal. Os procuradores alegaram que, por ser ex-presidente da República, Michel Temer tem direito a tratamento especial, assim como Moreira Franco, que foi ministro até dezembro de 2018.

O coronel Lima também terá direito a cela especial no Estado Maior da PM, em Niterói. Segundo o MPF, o coronel é o operador do esquema de corrupção chefiado pelo ex-presidente.

Michel Temer foi preso em casa, em São Paulo, e Moreira Franco, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Ambos devem passar por exame de corpo delito antes de serem levados para a unidade prisional. 

O ex-presidente e o ex-ministro são investigados por recebimento de propina de obras relacionadas à Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. 

Defesas

O advogado do ex-presidente, Eduardo Carnelós, disse, por meio de nota, que a prisão de Temer não tem fundamentos.

Em nota, a defesa de Moreira Franco manifestou "inconformidade com o decreto de prisão cautelar".

DIFERENÇA DE APRENDIZAGEM ENTRE RICOS E POBRES PERMANECE NO PAÍS

professor, sala de aula, ensino médioNo Brasil, enquanto 83% dos estudantes mais ricos saem da escola pública tendo aprendido o adequado em língua portuguesa ao final do ensino médio, entre os estudantes mais pobres, essa porcentagem é 17%. Em matemática, 63,6% dos alunos mais ricos aprenderam o adequado e apenas 3,1% dos mais pobres saem da escola sabendo o mínimo considerado suficiente na disciplina. Os dados são do Todos pela Educação (TPE), organização social, sem fins lucrativos. 

A entidade analisou os microdados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 e mostrou que há diferença grande e constante, desde 2011, entre o desempenho dos mais ricos e dos mais pobres em todos os níveis analisados, no 5º e no 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio. A disparidade entre as porcentagens de estudantes que aprendem o adequado chega a ser quase cinco vezes maior entre aqueles com maior nível socioeconômico e os com menor nível.

"A educação, que poderia ser uma das principais ferramentas para diminuir a desigualdade de aprendizagem não tem conseguido fazer isso de maneira consistente no Brasil", diz o diretor de Políticas Educacionais do TPE, Olavo Nogueira Filho. "A gente está avançando na média brasileira, mas está mantendo um alto grau de desigualdade entre alunos de nível socioeconômico mais alto e mais baixo. Estamos melhorando sem conseguir diminuir esse resultado entre mais ricos e mais pobres", avalia.

O Saeb avalia estudantes quanto aos conhecimentos de língua portuguesa e matemática e é aplicado de dois em dois anos. A avaliação é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que classifica os estudantes em seis grupos, considerando o nível socioeconômico.

O grupo 1 reúne os estudantes com o menor poder aquisitivo. São, em maior parte, estudantes com renda familiar mensal de até um salário mínimo e que têm, em casa, bens elementares, como uma geladeira e uma televisão, sem máquina de lavar roupa ou computador. Os pais ou responsáveis têm formação até o 5º ano do ensino fundamental ou inferior.

Na outra ponta, está o grupo 6, com estudantes com renda familiar mensal de sete salários mínimos ou mais, cujos pais ou responsáveis completaram a faculdade e que tem em casa três ou mais televisores, dois ou mais computadores, entre outros bens.

A diferença é constatada desde o 5º ano do ensino fundamental, quando 90,4% dos mais ricos aprendem o adequado em língua portuguesa e 83,9%, em matemática e apenas 26,3% dos mais pobres aprendem o adequado em português e 18,1%, em matemática.

De acordo com Nogueira Filho, a escola pública não está cumprindo um de seus principais potenciais: reduzir desigualdades. "Para fazer isso, é preciso ter uma política educacional que se preocupe com essa questão. Uma política educacional que se traduza em mais recursos para quem tem maior desafio", defende.

De acordo com o diretor, ocorre o contrário no país. “Os municípios mais vulneráveis, em geral, são os que têm menor investimento por aluno quando comparados com regiões de nível socioeconômico mais elevado".

Aprendizagem adequada

De acordo com o levantamento do TPE, em média, considerando juntos todos os níveis socioeconômicos, houve melhora na aprendizagem no país, no ensino fundamental. No ensino médio, há praticamente estagnação desde 2001.

O maior salto foi no 5º ano do ensino fundamental. Em 2001, 23,7% dos estudantes aprendiam o adequado em língua portuguesa e 14,9%, em matemática. Essas porcentagens chegaram a 60,7% e a 48,9%, respectivamente, em 2017.

No final do ensino médio, em 2001, 25,8% dos jovens deixavam a escola sabendo o mínimo adequado em português e 11,6%, em matemática. Em 2017, essas porcentagens passaram para 29,1% em língua portuguesa e reduziram para 9,1% em matemática. 

O TPE considera como aprendizagem adequada estudantes que obtiveram pelo menos, em língua portuguesa, 200 pontos no 5º ano do ensino fundamental, 275 no 9º ano e 300 no final do ensino médio. Em matemática, é necessário tirar pelo menos 225 pontos no 5º ano, 300 pontos no 9º ano e 350 pontos no 3º ano do ensino médio.

As pontuações foram definidas por um conjunto de especialistas que buscou como referência, inclusive, o desempenho de estudantes de nível semelhante em outros países.

Seguindo os níveis propostos pelo Inep, essas pontuações significam que os estudantes devem estar pelo menos no nível 5 de 10 níveis em matemática e no nível 4 de 9 níveis em língua portuguesa, no 5º ano; no nível 4 de 8 níveis em português e 5 de 9 níveis em matemática, no 9º ano; e no 6 de 10 em matemática e nível 4 de 8 níveis em língua portuguesa, no 3º ano do ensino médio.

Ministério da Educação

No ano passado, o Ministério da Educação divulgou, pela primeira vez, o nível que considera adequado para cada etapa. Os níveis considerados são mais rígidos do que os definidos pelo Todos pela Educação, considerando adequado apenas o nível 7 em ambas disciplinas. A métrica foi questionada por especialistas.

Pelo critério do MEC, apenas 1,62% dos estudantes obtiveram o mínimo adequado em língua portuguesa ao final do ensino médio e 4,52%, o mínimo em matemática, em 2017.

Fonte: Agência Brasil

PADRE CÉSAR VOLTA À PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO COROADINHO APÓS 10 ANOS

Padre César ao lado do pároco Robério de Lima
Foto: Pascom - Nossa Sra. da Conceição
Na missa da manhã do domingo (10), centenas de fiéis lotaram a igreja matriz da paróquia Nossa Senhora da Conceição na Vila Conceição no Coroadinho para participar da missa de acolhida ao padre Aílton César de Sousa, " pe. Cesar". A celebração que contou também com a presença do pároco Robério de Lima, foi marcada pela emoção e aplausos pelo retorno do padre a paróquia depois de 9 anos.

Padre César tem uma forte ligação com a igreja católica do Coroadinho, foi o primeiro pároco na paróquia, fazendo seu pastoreio do anos 2000 até 2009, quando saiu para assumir os trabalhos na igreja da Sé, Catedral de São Luís. 

No inicio do ano foi anunciado a sua saída da igreja da Sé, ele chegou a ser anunciado como o novo pároco da igreja de São João Calábria na Cidade Operária, mas a igreja lhe concedeu o ano sabático, "tempo determinado, aproximadamente um ano, em que cada sacerdote, livre de maiores compromissos apostólicos e comunitários, pode elaborar um plano pessoal, que responda às suas necessidades de descanso, renovação espiritual, estudos, oração, qualificação missionária e contato com novas realidades de evangelização". 

O ano sabático propicia ao sacerdote a oportunidade de poder ressituar-se diante da vida e buscar novas motivações para a continuidade do seu ministério presbiteral. 

Mesmo no ano sabático o sacerdote não pode afastar-se totalmente do seu ministério, sendo assim, foi convidado pelo pároco Robério de Lima para celebrar na paróquia durante esse ano. 

Padre César, nasceu em Vitória do Mearim, mas seu despertar vocacional ocorreu em Pindaré-Mirim, na Paróquia de São Pedro Apóstolo, onde ajudava nas celebrações como coroinha, durante sete anos.

Ele construiu sua formação com os Dehonianos, em Recife. Ao retornar para São Luís, com o auxílio do Padre Bráulio Ayres, conseguiu realizar o sonho de servir à Igreja. Foi ordenado sacerdote em 1993. 

Após a ordenação, foi para São José de Ribamar, onde permaneceu durante cinco anos. Em seguida veio para a paróquia de Nossa Senhora da Conceição do Coroadinho, onde permaneceu até o ano de 2009.

quarta-feira, 20 de março de 2019

POLÍCIA PRENDE SUSPEITOS COM COLETES BALÍSTICOS NA BR-135, EM SÃO LUÍS

No  domingo (17), policiais do 21º BPM, comandado pelo Tenente Coronel Harlan, fizeram a prisão em flagrante de três suspeitos que estavam com quatro coletes balísticos no porta-malas de um veículo no km 6 da BR-135.

Os presos foram identificados como Luís Davi Diniz Costa, de 18 anos, residente na Rua da Alegria, no Coroadinho; Elenilson Pinheiro Diniz, de 30 anos, residente na Rua José de Alencar, no Coroadinho;  e o menor de iniciais R.P.M.S, que completa 17 anos no próximo dia 31, residente na Rua da Alegria, no Coroadinho.

Com eles, os policiais apreenderam um veículo Corsa Classic preto, de placa NHP-6707, quatro coletes balísticos pertencentes à empresa Congeselg, três celulares, uma trouxinha de maconha, quatro cordões, um relógios, uma pulseira, um pingente, todos dourados, além de carteiras porta-cédulas e outros objetos.

Pelas informações da PM, após avistar os três homens em atitude suspeita, a guarnição fez o acompanhamento tático, com voz de parada no km 6. Na revista ao veículo, foram encontrados os quatro coletes no porta-malas. No entanto, eles não souberam dizer a origem dos mesmos, que têm o escudo da empresa Congelseg Vigilância Privada.

Os suspeitos receberam voz de prisão e foram conduzidos ao plantão da Delegacia da Cidade Operária (Decop) para as providência cabíveis.

O comando do 21º BPM ressalta que, devido à periculosidade dos suspeitos, foi necessário o uso de algema para conduzi-los à delegacia.

A título de registro, vale destacar que um colete balístico da empresa Congelseg foi apreendido na cidade de Palmeirândia, no dia 06 de fevereiro deste ano, com dois suspeitos. 

COMUNIDADES QUILOMBOLAS DE ALCÂNTARA (MA) TEMEM FUTURO COM PRESENÇA DOS EUA NA REGIÃO

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Plataforma de lançamento de Alcântara

Desde o ano de 1983, mais de 150 comunidades quilombolas do município de Alcântara, no litoral maranhense, têm suas vidas afetadas pela instalação do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Sob o argumento de garantir a segurança das pessoas durante o lançamento de foguetes, 312 famílias foram remanejadas de seus territórios tradicionais.

Na época, sob o governo autoritário do general João Baptista Figueiredo, último presidente da Ditadura Militar brasileira — de 1964 a 1985 —, nenhuma indenização foi dada a essas comunidades.

Mãe de nove filhos, avó de 23 netos e bisavó de 12 crianças, Luzia Silva Diniz tem 64 anos. Como ela mesma se define, é “filha legítima da área que desapropriaram”. A agente de saúde é da comunidade quilombola de Marudá, uma das desapropriadas na década de 1980. Hoje, vive na área de assentamento da Força Aérea Brasileira (FAB), para onde as famílias foram mandadas. Dona Luzia é crítica ao processo.

"Quando chegaram aqui, eles prometeram que iam dar sustentabilidade para essas famílias, uma compensação, cesta básica e segurança para todos na nossa comunidade. Isso não aconteceu. Até hoje a gente vive na injustiça, porque nenhuma pessoa recebeu indenização do seu quintal, das suas terras, como o meu pai. Ele era dono de uma parte da terra, que nós hoje somos herdeiros, e nunca recebemos o dinheiro dessas terras", relata.

Metade de sua vida foi destinada a cobrar o direito às terras tradicionais e a reparação pelos danos materiais e imateriais sofridos. Ao longo dos quase 40 anos de sua instalação, a base funciona sem licença ambiental.

Com emoção, Dona Luzia relembra a época. "Eu ia para lá e ficava de prontidão para exigir meus direitos. Queria alimentação para meus filhos. E isso é triste. Quando eu me lembro me dá vontade de chorar, eu fico emocionada só de me lembrar quantas vezes eu caminhei para exigir os direitos dos meus filhos."

Governo Bolsonaro

Após quase duas décadas de negociações, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) firmou um novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) nesta segunda-feira (18) que concede o uso comercial da base para os Estados Unidos.

Para as comunidades quilombolas, a cessão ao país comandado por Donald Trump gera um cenário de incertezas. "Para nós, hoje, saber que esse governo está entregando toda a nossa riqueza a nível nacional, de soberania, para os estrangeiros, é um desastre", afirma Diniz.

"Acho que se eles [Estados Unidos] invadirem aqui Alcântara, e tomarem posse, nós vamos viver uma situação, talvez pior, do que a que a gente já viveu", opina.

Para o quilombola e bacharel em direito Danilo Serejo, a cessão para os EUA, na prática, retira o investimento nacional na política espacial brasileira e é sinal de um projeto frustrado. "O acordo Brasil-EUA para uso comercial da Base de Alcântara na verdade é um atestado de fracasso dos militares."

História que se repete

Danilo é da comunidade de Canelatiua, que não foi desapropriada no conjunto de 1983. A área, no entanto, agora corre esse risco pelo projeto de expansão da base.

Em 2010, o governo federal, a Aeronáutica e o Ministério da Defesa requereram mais 12 mil hectares da área litoral de Alcântara para a base e a instalação de três plataformas de lançamento. Isso deslocaria cerca de 30 comunidades quilombolas, um total de 770 famílias, de sua região tradicional.

A parceria entre Brasil e Estados Unidos, segundo nos conta, pode sinalizar a deixa para essa expansão. Além disso, Bolsonaro já declarou a intenção de expandi-la.

O quilombola critica os moldes pelos quais foi forjado o acordo com os Estados Unidos, sem diálogo com a população e nem com a comunidade científica brasileira. "O que caracteriza toda essa negociação realizada no governo Bolsonaro é o obscurantismo. Tudo tem sido feito sem a menor participação e transparência."

Segundo denuncia Luzia Diniz, a possível desapropriação de mais famílias aprofundaria o problema do sustento e abastecimento dessas comunidades, que teve início nos anos 1980. Ela explica que a principal fonte das comunidades é o peixe. Antes, as próprias famílias pescavam, mas hoje precisam comprar de outras comunidades.

"Se a Aeronáutica entregar para a base, eles vão tirar essas comunidades todas e nós vamos sofrer as consequências também. Vamos ficar sem esse abastecimento. Se estamos comprando peixe a 15, 20 reais, vamos passar a comprar mais caro o quilo", explica a quilombola. "Nós não somos contra o desenvolvimento e o progresso, mas que ele venha de forma que todo mundo fique feliz, e não para morrer de tristeza. Estamos lutando desde que eles chegaram aqui", completa.

A aversão de Bolsonaro às comunidades quilombolas e suas pautas de luta ficou evidente no período pré-eleitoral. Em palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em 2017, declarou: “Se eu chegar na Presidência (…) não vai ter um centímetro demarcado para reserva indígena ou para quilombola”. Por outros ditos na mesma palestra, Bolsonaro foi denunciado por racismo e discriminação pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A denúncia foi rejeitada posteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Danilo Serejo, as exposições do presidente não condizem com o esperado de um chefe de Estado. "Quando ele faz esse acordo com os Estados Unidos, alijando totalmente as comunidades quilombolas e a sociedade brasileira, inclusive a comunidade científica, de qualquer discussão, ele faz a opção pelos valores antidemocráticos", diz.

O processo de titulação da área quilombola de Alcântara está parado há mais de dez anos. Em 2008, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) publicou o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação, declarando que a área de 78 mil hectares seria ocupada por descendentes de escravos. O ato, no entanto, ainda não foi chancelado pelo governo brasileiro.

Próximos passos

O tratado com os EUA, cujo teor ainda não foi divulgado, agora deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional para avançar. Em 2000, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso apresentou uma proposta parecida que foi vetada pelo Legislativo - com Bolsonaro votando contra. Além do AST, foi também assinado um tratado de parceria entre a Nasa e a Agência Espacial Brasileira (AEB) para cooperação em pesquisas de observação climática.

O acordo, que pode demorar até quatros anos para se efetivar, tem a perspectiva de render apenas 10 milhões de dólares para o Brasil. Segundo Bolsonaro, sem o acordo, o Brasil "estaria perdendo dinheiro".

Ladeira do Jacaré, no centro da cidade de Alcântara, que concentra grande parte dos quilombolas do país / Foto: Divulgação

Casas na Vila de Alcântara (MA)
Ampliar base para exploração comercial, exigiria novas remoções de unidades quilombolas
Foto: Cícero Bezerra / Acervo pessoal

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Área da base espacial de Alcântara - Foto: reprodução






Fonte: Brasil de Fato

terça-feira, 19 de março de 2019

FALTA SANEAMENTO BÁSICO PARA 2 BILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO, DIZ ONU

Saneamento básico em Maceió

Mais de 2 bilhões de pessoas carecem de serviços básicos de saneamento básico no mundo, diz relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento mundial da água,. A publicação Não Deixar Ninguém Para Trásserá lançada nesta terça-feira (19) durante a 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.

De acordo com o relatório, apesar do progresso nos últimos 15 anos, o direito à água potável segura e limpa e ao saneamento é inacessível para grande parte da população mundial. Em 2015, três em cada 10 pessoas (2,1 bilhões) não tinham acesso a água potável e 4,5 bilhões de pessoas, ou seis em 10, não tinham instalações de saneamento com segurança. 

“Se a degradação do meio ambiente e a pressão insustentável sobre os recursos hídricos globais continuarem no ritmo atual, 45% do Produto Interno Bruto global e 40% da produção global de grãos estarão em risco até 2050. Populações pobres e marginalizadas serão afetadas de forma desproporcional, agravando ainda mais as desigualdades”, ressalta o presidente da ONU-Água e presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Gilbert F. Houngbo.

Segundo Houngbo, o documento aponta a necessidade de adaptar abordagens, tanto na política quanto na prática, para abordar as causas da exclusão e da desigualdade.

Cenário global

O relatório informa que metade das pessoas que bebem água de fontes não seguras vivem na África. Na África Subsaariana, apenas 24% da população têm acesso a água potável e 28% têm instalações de saneamento básico que não são compartilhadas com outras famílias.

Quase metade das pessoas que bebem água de fontes desprotegidas vivem na África Subsaariana, onde o ônus da coleta recai principalmente sobre mulheres e meninas, muitas das quais gastam mais de 30 minutos em cada viagem para buscar água. Sem água e saneamento seguro e acessível, essas pessoas provavelmente enfrentarão condições de saúde e de vida precárias, desnutrição e falta de oportunidades de educação e emprego.

As discrepâncias são significativas mesmo dentro dos países, especialmente entre os ricos e os pobres. Nas áreas urbanas, pessoas que vivem em acomodações improvisadas sem água corrente podem pagar de 10 a 20 vezes mais caro que moradores de bairros mais ricos por água de qualidade semelhante ou menor comprada de vendedores ou caminhões-tanque.

“Há muitas disparidades principalmente entre países, mas muitas vezes dentro dos próprios países. Este é um discurso que tem a ver com os países menos desenvolvidos, mas, em alguns casos, também com países desenvolvidos. Então, a mensagem central do relatório é que bilhões de pessoas ainda estão sendo deixadas para trás”, afirmou o oficial de Meio Ambiente da Unesco no Brasil, Massimiliano Lombardo.

O documento também ressalta o impacto dessas condições na vida dos refugiados pelo mundo. Em 2017, conflitos e perseguição forçaram 68,5 milhões de pessoas a fugir de suas casas. Além disso, uma média anual de 25,3 milhões de pessoas foi forçada a migrar por causa de desastres naturais, duas vezes mais do que no início dos anos 70 - um número que deve aumentar ainda mais devido às mudanças climáticas.

“Existem cada vez mais refugiados em decorrência dos desastres ambientais e 90% dos desastres como inundações ou secas são causados pela água – pelo excesso ou pela falta. Isso determina a causa de uma série de imigrações de um país para outro ou de uma região para outra dentro do próprio país. Então, mais pessoas se acumulando em um mesmo lugar onde há disponibilidade de água acaba pondo em risco a capacidade do Estado, da autoridade daquele país, conseguir providenciar água e saneamento para todos nas mesmas condições”, afirmou Lombardo.

Segundo Lombardo, apesar de não haver um recorte específico para o Brasil, o país tem avançado ao longo das últimas décadas. Ele aponta a Política Nacional de Recursos Hídricos como um avanço na legislação da água, bem como o sistema de gestão público do recurso. 

“Existe a possibilidade da população, de diferentes usuários da água como produtores, usuários industriais e agrícolas poderem contribuir, participar da tomada de decisão a respeito de recursos hídricos. A situação atual do Brasil em relação à situação do mundo é diferente. Onde não existem políticas ou leis bem desenvolvidas, não existe um sistema de governança. No Brasil, ao contrário, já foram dados bons passos adiante nesse sentido”, ressaltou o representante da Unesco.

Perspectivas

Para as Nações Unidas, políticas mal planejadas e implementadas de maneira inadequada, uso ineficiente e inapropriado de recursos financeiros e ausência de políticas públicas alimentam a persistência de desigualdades no acesso à água potável e ao saneamento.

“Se a exclusão e a desigualdade não forem tratadas de forma explícita e responsiva, tanto em termos de políticas quanto na prática, as intervenções relacionadas à água continuarão a não alcançar os mais necessitados, que provavelmente seriam os maiores beneficiados”, enfatiza o relatório da ONU.

A publicação ressalta que as “metas são totalmente alcançáveis, desde que exista uma vontade coletiva para proceder assim”. “Melhorar a gestão dos recursos hídricos e fornecer a todos o acesso a água potável e saneamento seguros e acessíveis financeiramente são ações essenciais para erradicar a pobreza, construir sociedades pacíficas e prósperas, e garantir que ‘ninguém seja deixado para trás’ no caminho rumo ao desenvolvimento sustentável”.

Fonte: Agência Brasil

INEP DIVULGA NOTAS DOS TREINEIROS DO ENEM 2018

Imagem relacionadaO Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou nessa terça-feira (19), as notas dos treineiros da última edição do Enem 2018, ou seja, dos estudantes que concluirão o ensino médio de 2019 em diante, foi divulgado também o espelho de todas redações. Para os demais candidatos o resultado já havia sido divulgado desde o dia 18 de janeiro. 

Treineiro são aqueles que possuem menos de 18 anos na data do Enem e que irão concluir o Ensino Médio nos anos seguintes à prova. Visto que eles não precisam das notas para processos seletivos, o resultado dessa categoria é divulgado apenas 60 dias após o resultado oficial.

Se você prestou a prova ano passado como treineiro, siga o passo a passo para ver a sua nota: 

- Acesse a Página do Participante em: https://enem.inep.gov.br/participante/#!/inicial;

- Informe os seguintes dados: CPF, senha e selecione o imagem pedida pelo sistema. 

Espelho da Redação

Todos os participantes do Enem 2018, poderão acessar a imagem digitalizada da redação, conhecida como espelho da redação. A visualização da prova é apenas para fins pedagógicos, já que o Inep não aceita recursos contra a pontuação do exame. 

O Enem é a principal forma de acesso para vagas na rede pública de ensino superior, passando até mesmo a ser aceito pela Universidade de São Paulo (USP) e em 27 instituições de Portugal.

segunda-feira, 18 de março de 2019

GOVERNO BRASILEIRO ASSINA ACORDO PARA USO DE BASE DE ALCÂNTARA PELOS EUA

Resultado de imagem para brasil assina acordopara base de alcantara
Acordo permite que americanos explorem a base de Alcântara
Os governos do Brasil e dos Estados Unidos firmaram hoje, em Washington, nos Estados Unidos, o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) para uso comercial da base de lançamentos aeroespaciais de Alcântara. O acordo foi assinado pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Informação e Comunicações), e pelo Secretário Assistente do Escritório de Segurança Internacional e Não-proliferação do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Christopher Ford, durante o evento "Brazil Day", organizado por empresários na Câmara de Comércio dos EUA. O presidente Jair Bolsonaro, que está em visita oficial àquele país, participou da solenidade e assinou o documento.

Para entrar em vigor, o acordo precisará ser ratificado pelo Congresso Nacional. Caso seja aprovada, a medida permitirá que o Brasil ingresse em um marcado bilionário. Apenas em 2017, o setor movimentou cerca de US$ 3 bilhões em todo o mundo, segundo dados da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos. Estima-se que, em todo o mundo, exista uma média de 42 lançamentos comerciais de satélites por ano.

O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) trata de proteger a tecnologia desenvolvida pelos países contra o uso ou cópia não autorizados. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), sem a assinatura do acordo com os Estados Unidos, nenhum satélite com tecnologia norte-americana embargada poderia ser lançado da base de Alcântara, pois não haveria a garantia da proteção da tecnologia patenteada por aquele país. “Sem o AST, […] o Brasil ficará de fora do mercado de lançamentos espaciais”, explicou a agência.

Esse tipo de acordo, segundo a AEB, é praxe no setor espacial. Acordos semelhantes foram firmados com Rússia e Ucrânia, sem ameaça à soberania nacional. O Centro Espacial de Alcântara continuará, explicou a AEB, sob controle do governo brasileiro, assim como o Brasil manterá a supervisão das suas atividades.

À imprensa, logo após a assinatura do acordo, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, comparou o acordo envolvendo o Centro de Alcântara a um aluguel. “A questão da soberania é perene para o nosso país. [Uma metáfora é] a questão do aluguel. Você tem um apartamento e aluga, a pessoa que aluga tem direito ao apartamento, não obstante você, obrigatoriamente, por meio de contrato, pode ter acesso ao apartamento para verificar as questões de estrutura. Acho que é uma metáfora interessante que pode proporcionar à sociedade o entendimento do que vem a ser esse acordo”, afirmou.

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)

Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) é a denominação da segunda base de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira. Sedia os testes do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e destina-se, futuramente, a realizar missões de lançamento de satélites.

1° de março de 1983 é considerada a data oficial de inauguração do CLA – quando foi ativado o Núcleo do Centro de Lançamento de Alcântara (NUCLA), com a finalidade de proporcionar apoio logístico e de infraestrutura local, assim como garantir segurança à realização dos trabalhos a serem desenvolvidos na área do futuro centro espacial no Brasil.

Nessa época, as famílias que residiam no local começaram a ser retiradas e transferidas para sete agrovilas, localizadas a 14 km de Alcântara. Apenas em Novembro de 1989 o CLA se tornou efetivamente operacional, quando, na "Operação Pioneira", os primeiros foguetes do tipo SBAT foram lançados.

O CLA foi criado como alternativa ao Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), localizado no estado do Rio Grande do Norte, pois o crescimento urbano em seus arredores não permitia ampliações da base.

Devido à proximidade com a linha do equador, o consumo de combustível para o lançamento de satélites é menor em comparação com bases em latitudes maiores. No âmbito do mercado das missões espaciais internacionais, o CLA se tornará provavelmente o único concorrente do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Ao contrário deste, entretanto, o centro brasileiro não opera lançamentos constantes (ainda não lançou nenhum satélite) em razão de atrasos logísticos e tecnológicos.

A proximidade da base com a linha do equador (2 graus e 18 minutos de latitude sul): a velocidade de rotação da Terra na altura do Equador, auxilia o impulso dos lançadores e assim favorece a economia do propelente utilizado nos foguetes sendo estimada uma economia em até 30 % de combustível.
A disposição da península de Alcântara: permite lançamentos em todos os tipos de órbita, desde as equatoriais (em faixas horizontais) às polares (em faixas verticais), e a segurança das áreas de impacto do mar que foguetes de vários estágios necessitam ter.

A área do Centro: a baixa densidade demográfica possibilita a existência de diversos sítios para foguetes diferentes.

As condições climáticas: o clima estável, o regime de chuvas bem definido e os ventos em limites aceitáveis tornam possível o lançamento de foguetes em praticamente todos os meses do ano.

A base é considerada uma das melhores do mundo pela sua localização geográfica, por estar a dois graus da linha do Equador.