A Polícia Civil do
Maranhão pode abrir investigação para apurar a possível existência de uma
quadrilha especializada em agenciar tráfico de bebês nascidos em municípios do
interior para o estado de São Paulo. A hipótese do trabalho policial foi
levantada na quinta-feira (6), depois que uma jovem maranhense foi resgatada e
presa na cidade de Santo André (SP), para onde teria viajado com o objetivo de
trocar por um notebook o filho recém-nascido.
"O
trabalho da polícia judiciária maranhense será iniciado logo que a polícia
paulista confirme se de fato existe uma quadrilha que atua no tráfico de
crianças que são vendidas para famílias em São Paulo. A suspeita foi levantada,
mas precisamos aguardar a confirmação", ressaltou o subdelegado-geral da
Polícia Civil do Maranhão, Marcos Affonso Júnior.
Segundo
informou a polícia de São Paulo, a investigação sobre o suposto esquema foi
aberta quando a maranhense Joelma da Silva Oliveira, de 19 anos, conseguiu
ajuda de uma guarnição de policiais militares da Força Tática. A jovem, oriunda
da cidade de Campestre-MA, era mantida em um cortiço, no bairro Jardim
Cristiane, onde seu filho de 5 dias de vida foi encontrado em um dos cômodos do
imóvel.
Em
depoimento à polícia, Joelma Oliveira teria confessado que viajou para trocar o
filho por um notebook, a convite de uma amiga, que também estava grávida, e
desejava dar o filho em troca de um computador portátil. Entretanto, ao chegar
a Santo André, foi acolhida pela dona do cortiço, identificada como Matilde
Fustaino, de 50 anos, que teria feito a proposta para a jovem vender o bebê a
um casal de Uberlândia-MG.
Ainda
conforme a polícia paulista, a criança nasceu sábado (1º), no Hospital da
Mulher, mas o casal mineiro teria desfeito o negócio ao saber que o bebê não
era do sexo feminino. Com o prejuízo da negociação, a dona do imóvel teria
passado a maltratar a jovem. "A vítima conseguiu um aparelho celular, com
a desculpa de dar notícias a familiares, e acionou o Centro de Operações da
Polícia Militar [Cupom]", adiantou o capitão Luiz Roberto de Moraes.
O
comandante da operação contou ainda que a jovem denunciou ter sido impedida de
amamentar o filho, que a criança era mantida em meio a lixo e entulho, porém
não demonstrou nenhum arrependimento ao assumir que desejava trocar o filho por
um eletroeletrônico. "Apesar de vítima, a jovem foi presa junto com a
mulher que lhe manteve presa em condições insalubres, e conduzidas à
delegacia", acrescentou o capitão.
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