Os moradores da idílica Fernando de Noronha (PE) vivem em uma das 100 cidades mais desenvolvidas do Brasil.
Além da renda alta para os padrões nacionais e da expectativa de vida mais elevada, os moradores do arquipélago podem andar mais tranquilos que a maioria da população brasileira: nenhum assassinato foi registrado entre 2008 e 2012 em Noronha, cuja população não chega a 3 mil pessoas.
Pode surpreender a muitos que, nesse aspecto, o belo município pernambucano seja acompanhado da cidade menos desenvolvida de todo o país em um ranking feito pela ONU.
Em Melgaço (PA), onde a renda per capita é baixíssima e os índices educacionais sofríveis, a população também não sabe o que é um homicídio há pelo menos cinco anos.
Num país responsável por mais de um em cada 10 assassinatos cometidos no mundo em 2012 – 56 mil neste mesmo ano, um recorde nacional – parece improvável que algumas cidades vivam sem o problema.
Mas não são poucas: 684 municípios – dentre os mais de 5,5 mil do país - viveram a mesma tranquilidade entre 2008 e 2012, último ano de dados nacionais consolidados a nível municipal. As informações são do Mapa da Violência 2014.
Juntas, as pequenas cidades – a maioria não passa de 10 mil habitantes – somam 3,1 milhões de habitantes. Ou seja, apenas 1,6% dos brasileiros podem dizer que moram em cidades livres de homicídios.
Vale lembrar, no entanto, que elas não estão imunes a outros tipos de crimes.
EXAME.com reuniu as duas cidades mais populosas de cada estado que não registraram nenhum assassinato no período. Algumas unidades da federação só possuem uma cidade nesta situação.
Outras – especificamente Acre, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Roraima – não têm sequer uma com a mesma realidade e, por isso, não constam nas imagens a seguir.
Para entender o que essas cidades representam, cada uma delas foi comparada com outra do mesmo estado, de porte semelhante, mas que registrou mortes violentas no mesmo período.
Problemas
Vale um esclarecimento: há limitações no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, a fonte original dos dados. Como ele considera as Declarações de Óbito, documento obrigatório para toda pessoa que falece, dois problemas são comuns:
1) Se uma pessoa é agredida ou sofre uma tentativa de homicídio e é levada a um hospital de outra cidade, sua morte - caso isso venha a ocorrer - contará como óbito na segunda cidade, e não onde ocorreu o crime.
2) Há casos ainda de subregistro, problema particularmente sério nas regiões Norte e Nordeste. Nestes locais, a cobertura do total de óbitos, que chega a quase 100% nas demais regiões, fica em apenas 85,9% e 88,8%, respectivamente. Deve-se, portanto, considerar com cautela, principalmente, as cidades sem nenhum assassinato nessas regiões.
Fonte: exame.com
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