É mentira a notícia que viralizou nos grupos de WhatsApp maranhense e até mesmo em outras redes sociais nesta quarta-feira (19). A noticia afirmava que após uma abordagem policial de rotina em São Luis, o motorista de um caminhão baú se recusou a parar acelerando o veiculo na tentativa de fugir.
Após uma perseguição a Polícia Militar conseguiu pará-lo e ao revistar o carro foi encontrado no seu interior várias corpos de crianças mortas. Imediatamente foi acionado agentes especializados para transportar os corpos das crianças, descobrindo em seguida que as crianças mortas não tinham mais os órgãos internos.
A Polícia Militar conduziu o motorista de nome ”Javier Guzman Torres”, 38 anos de idade. Ele disse que não era culpado de matar as crianças e remover os órgãos, dizendo apenas que foi contratado para fazer o transporte.
Segundo a falsa noticia, membros da família Sarney estariam envolvidos nos crimes, insinuando que as crianças teriam sido mortas em um suposto ritual satânico e que as morte seria um sacrifício para a família voltar ao poder.
Ao se pesquisar a macabra história na internet em vários sites é encontrada a "estória". Os autores apenas atualizam as datas sem mudar sequer o nome do motorista.
A primeira imagem, que mostra vários corpos dentro de um caminhão, é de abril de 2011, quando descobriu-se valas comuns com 120 corpos enterrados no México, mas nada tem a ver com tráfico de órgãos e não havia crianças entre os mortos. As investigações feitas na época descobriram que as mortes estavam relacionadas a um cartel de drogas.
Já a segunda foto, que mostra várias crianças no chão, é de um ataque ocorrido na Síria em agosto de 2013. Rebeldes sírios afirmam que essas pessoas (crianças e adultos) foram mortas em um ataque com gás tóxico por forças pró-governo em Ghouta oriental, na periferia da capital Damasco.
A notícia apareceu na web brasileira pela primeira vez em dezembro de 2016.
Uma busca nos principais jornais mexicanos e brasileiros não notícia nada a respeito de crianças encontradas sem os órgão. É claro que uma notícia como essa, se fosse verdadeira, estaria em todos os programas sensacionalistas na TV, no rádio e em todos os jornais.
Além disso, o inventor dessa notícia falsa tomou o cuidado de não colocar a data em que o fato teria ocorrido. Dessa forma, essa e-farsa poderá voltar a circular novamente ano após ano, e quem a ler pela primeira vez poderá achar que se trata de algo recente.
Apesar do tráfico de órgãos ser uma realidade em vários países, essa notícia é falsa. Alguém juntou fotos de dois fatos ocorridos em datas e em locais diferentes e inventou essa "estória".
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