terça-feira, 8 de julho de 2014

COPA 2014 - O SONHO ACABOU, BRASIL É HUMILHADO PELA ALEMANHA

No dia em que deveria se definitivamente ao hexacampeonato, a Seleção Brasileira brindou o País com seu maior vexame na história das Copas do Mundo. Jogando no Mineirão, em Belo Horizonte, a equipe de Luiz Felipe Scolari levou cinco gols em 29 minutos e acabou humilhada pela Alemanha, que por fim venceu por 7 a 1. Nunca antes o Brasil foi tão surrado em uma Copa do Mundo, com direito a aplausos e “olé”.

Tiago Silva

Uma vez antes o time levou cinco gols em uma partida, mas curiosamente terminou vencedor: na Copa de 1938, venceu a Polônia por 6 a 5. Foi a primeira vez que uma equipe fez 5 a 0 em apenas 29 minutos. O apagão brasileiro calou o Mineirão e estraçalhou o sonho do hexa de forma cruel. A equipe sem o lesionado Neymar e o suspenso Thiago Silva foi completamente dominada pela Alemanha e, sem qualquer brilho, parou no goleiro Neuer nas poucas vezes que o testou.

A seleção jogou por nove minutos. Foi o tempo que a Alemanha demorou para descobrir que não teria adversário na semifinal da Copa do Mundo. Quando Thomas Müller, livre dentro da área em escanteio, tocou para o gol, ficou claro que a seleção brasileira não seria capaz de parar ninguém que conseguisse entrar em sua área. Foi simbólico: o principal artilheiro do rival livre, sozinho, no local mais perigoso de um campo. Treze minutos depois, quando Klose pegou rebote de seu próprio chute, e nenhum defensor brasileiro esboçou reação, começava a maior goleada sofrida pelo Brasil na história, e os seis minutos mais desesperadores do futebol brasileiro em todos os tempos.

Daquele gol de Klose ao de Khedira, aos 29 minutos, por quatro vezes a Alemanha conseguiu entrar na área brasileira e tocar para o gol de Júlio César sem dificuldade alguma. Toni Kroos fez os outros dois, para pela primeira vez em Copas o Brasil levar cinco gols no primeiro tempo de um jogo.

No segundo tempo, mais dois, como se brincasse, com Schürrle. Sem dificuldades, a Alemanha desperdiçou chances como se não quisesse marcar. Aos 45 minutos, Oscar fez o que chama de "gol de honra". Talvez a única palavra que não possa ser usada para descrever o que o Brasil teve nesta terça.

O melhor: Joachim Löw - O técnico alemão colocou seu time de forma muito mais ofensiva do que vinha jogando até então - mesmo após ser bastante elogiado pelo estilo de jogo. Com Klose no ataque, não esmoreceu nem quando abriu 3 a 0. Mais do que isso: anotou quatro gols em seis minutos, entre os 22 min.  e os 29 min. do 1°t. As trocas que fez foram já pensando na decisão contra Argentina ou Holanda, no próximo domingo. Depois do quinto gol, fez sua seleção voltar ao estilo anterior: tocou a bola tranquilamente, só esperando o Brasil possibilitar novas brechas para lances perigosos. E elas aconteceram. Se alguém foi o principal responsável pela criação do time que humilhou a seleção, esse é o técnico que levou ao auge um time que é trabalhado há oito anos, desde o 3° lugar na Copa de 2006, em casa.

O pior: Luiz Felipe Scolari - O técnico da seleção brasileira teve três dias de treino para descobrir quem substituiria Neymar no ataque da seleção. Muito se falou sobre a entrada de Willian, no meio: não ocorreu; foi treinada a escalação com três volantes, com Paulinho, Fernandinho e Luiz Gustavo: também não - e talvez fosse a melhor opção, como as falhas da defesa mostraram. O escolhido foi Bernard, que entrou na mesma função que Neymar. A tática se manteve  E nada produziu. Quando o Brasil tomou o segundo gol e até o fim do primeiro tempo, o técnico optou por não alterar o time. Só foi fazer no intervalo. Mas ficou preso em uma tática que a Alemanha mostrou saber perfeitamente como destruir.

Chave do jogo: A vontade alemã, que jamais pareceu passar. É comum se dizer que o maior respeito que um time pode mostrar é continuar atacando em vez de brincar com a bola, humilhando seu adversário sem ser com gols, a Alemanha levou essa ideia a outro nível. Se do outro lado havia um time que nada fazia, por que não atacar e marcar o máximo possível? Foi o que a Alemanha fez, para entrar na história das Copas e do futebol.

Toque dos técnicos: O Brasil não alterou seu estilo de jogo mesmo após levar cinco gols no primeiro tempo. Entre o primeiro e o segundo foram 13 minutos - normal nada ser feito durante um placar adverso que parecia simples. Porém, entre o segundo e o quinto, foram três gols. Em nenhum momento Luiz Felipe Scolari parou o jogo com uma substituição. Mesmo que não mudasse o caminho que a partida já mostrava, poderia ter diminuído o ímpeto alemão. A ausência do toque do técnico brasileiro terminou na maior goleada sofrida pela seleção na história.

Para lembrar:

A última derrota em casa do Brasil em jogo oficial havia sido também no Mineirão, em 1975, para o Peru: 3 a 1 na Copa América.

Assim, a Alemanha foi aplaudida de pé e jogou sob gritos de “olé” dos próprios brasileiros. Ela chega à sua oitava final de Copa do Mundo – são três títulos (1954, 1974 e 1990) e quatro vices (1966, 1982, 1986 e 2002). O adversário será definido na quarta-feira, quando Argentina eHolanda se enfrentam às 17h (de Brasília) na Arena Corinthians, em São Paulo (SP). 

O Brasil ainda volta a campo para tentar deixar outra impressão no Mundial. Os jogadores comandados por Luiz Felipe Scolari vão enfrentar o time que for derrotado em São Paulo pelo posto de terceiro colocado. O jogo está marcado para as 15h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF).

BRASIL 1 X 7 ALEMANHA

Data: 8 de julho de 2014

Horário: 17h00 (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Marco Rodriguez (MEX)
Assistentes: Marvin Torrentera (MEX) e Marcos Quinteto (MEX)

Cartões amarelos: Dante, aos 22 min. do 2°t (BRA)
Gols: Müller, aos 9 min., Klose, aos 22 min., Kroos, aos 24 min. e aos 25 min., e Khedira, aos 29 min. do 1°t; Schürrle, aos 23 min. e aos 33 min. do 2°t (ALE). Oscar, aos 45min do 2º tempo 

BRASIL: Júlio César; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo, Fernandinho (Paulinho, no intervalo) e Oscar; Hulk (Ramires, no intervalo), Bernard e Fred (Willian, aos 23 min. do 2°t) 
Técnico: Luiz Felipe Scolari 

ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker, no intervalo) e Höwedes; Schweinsteiger, Khedira(Draxler, aos 31 min. do 2°t), Kroos e Özil; Müller e Klose (Schürrle, aos 12 min. do 2°t) 
Técnico: Joachim Löw 

Fonte: Terra na Copa

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