O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse nesta quinta-feira que não é a pessoa mais indicada para dar início à caça às bruxas depois do vexame do Brasil diante da Alemanha na derrota por 7 x 1, mas defendeu uma intervenção sensível do Estado na reconstrução do futebol nacional depois do Mineirazo da última terça-feira (8/07). O maior empecilho a qualquer ação do governo é a Fifa. A Federação Nigeriana, por exemplo, acaba de ser castigada pela entidade máxima do futebol justamente por causa da intervenção do governo.
"Eu não sou a pessoa mais indicada a dar início ao processo de caça às bruxas. Não estou aqui para dizer que o treinador tem que ser esse ou aquele, brasilero ou estrangeiro. As mudanças precisam ser feitas, mas com eficiência, não com a dor da derrota. Eu sempre defendi que o Estado não fosse excluído por completo do futebol. Portanto, nós precisamos de uma intervenção indireta. Necessitavamos de uma reforma na Lei que dê ao Estado a atribuição de regular. A Lei Pelé tirou do Estado qualquer tipo de poder de atribuição e poder de intervenção", comentou. "Se dependesse de mim, não teríamos tirado o Estado completamente dessa atribuição e no que depender de mim, parte dessa atribuição voltará".
Ministro defende que governo participe de restruturação do futebol brasileiro |
Questionado de que forma o Governo Federal pode intervir na CBF, o ministro Aldo Rebelo recorreu ao passado para explicar a limitação. "O futebol brasileiro nasceu à margem do Estado e do mercado. Quando legislamos o esporte pela primeira vez, em 1940, o futebol já era uma realidade" disse.
Segundo ele, com a influência estatal no período do regime militar, houve uma pressão para que o governo se afastasse do esporte. "Surgiu um clamor para que o estado deixasse de influenciar no futebol, mas esporte, futebol, é um tema de interesse público. Nós precisamos resgatar o protagonismo. Não é o nosso papel apontar quem deve ser o presidente da CBF, mas podemos colaborar nessa reconstrução", afirmou.
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