segunda-feira, 4 de agosto de 2014

DESAVENÇAS AMEAÇA FINDAR ENCONTRO DE BUMBA-MEU-BOI NO JOÃO PAULO

INSTITUTO SÃO MARÇAL: NOTA DE ESCLARECIMENTO

VOLUNTÁRIOS DO JOÃO PAULO E INSTITUTO SÃO MARÇAL PODERÃO DEIXAR DE ORGANIZAR O ENCONTRO DE BUMBA-MEU-BOI DE MATRACA NO JOÃO PAULO/FESTA DE SÃO MARÇAL.

O Encontro dos bois de matraca no João Paulo acontece, em seu formato atual, deste 1985 com a participação ativa do Grupo Ação Voluntária, inicialmente formado por Cutrim, Hélio Braga, Dito da Mangueira, Mábio Frazão (falecido) e Raimundo Morais aos quais se juntaram Gilson Pacheco, Paulo de Tasso, Ana Valentina e Lucia Costa. A missão dos voluntários, que teve o reforço do Instituto São Marçal de Cultura e Desenvolvimento Social a partir de 2005, é salvaguardar o boi de matraca ou boi da Ilha, um bem cultural que sobreviveu à resistência da elite social de São Luís-Maranhão que, preconceituosamente, os abominava.

Atualmente, apesar de ainda haver resistência a essa manifestação popular, os bois de matraca arrastam multidões por onde passam, tendo seu ápice no dia 30 de junho no João Paulo, quando cada um dos cerca de 30 batalhões, como também são chamados, brincam espontaneamente para um público de aproximadamente 300.000 mil pessoas, durante 18 horas de festa.

Visando tornar público o trabalho ali desenvolvido, detalhamos a estrutura básica necessária: Sistema de som 24 horas, 150 troféus, camisas comemorativas, 2(dois) palcos (um para apoio à apresentação dos grupos e outro destinado aos idosos e portadores de deficiências), 1.000(mil) lanches, 15.000(quinze mil) porções de 300 ml de caldo de feijão, 15.000(quinze mil) garrafas 350 ml com água mineral gelada, decoração, 200(duzentos) banheiros químicos, serviço de locução, bebidas e refrigerantes para os componentes dos grupos, dentre outros. Portanto, a cada edição do encontro temos o sentimento de que cumprimos nossa parte sem qualquer interesse financeiro e muito menos utilização político partidário, visto que atuamos unicamente para salvaguardar as raízes da nossa cultura.

Nos últimos anos acumulamos o legado de muitas vitórias institucionais, dentre elas a mudança do nome da avenida para Av. São Marçal (Lei Municipal Nº 4.487/2005), a instituição do dia 30 de Junho como Dia Municipal do Boieiro (Lei Nº 3.646/1997) e Dia Nacional do Bumba-meu-boi (Lei Federal Nº 12.103/2009), além do reconhecimento como Patrimônio Cultural e Imaterial de São Luís (Lei Municipal Nº 4.626/2006). Ressalta-se que o encontro tal como acontece atualmente compõe o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi do Maranhão. 

Temos também uma ampla articulação de parceiros dos quais destacamos: Exército Brasileiro/24º Batalhão de Infantaria Leve; IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; Governo do Maranhão (Secretaria Estadual de Segurança Cidadã/Delegacia de Costumes e Diversões Públicas e Centro Integrado de Defesa Social – Centro; Secretaria de Estado da Saúde; Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado da Comunicação); Prefeitura de São Luís (Secretário Municipal de Segurança com Cidadania/ Guarda Municipal de São Luís; Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo – SEMHUR/Blitz Urbana; Secretaria Municipal de Serviços e Obras Públicas – SEMOSP ; Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes – SMTT; Secretaria Municipal de Saúde – SEMUS; Secretaria Municipal de Educação – SEMED/Unidade Integrada Nielza Matos; Fundação Municipal de Cultura – FUNC e Secretaria Municipal de Turismo – SETUR); Polícia Militar do Maranhão; Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, assim como as empresas PSIU refrigerantes; Caninha do Engenho, JM Engenharia; Helecon Construções e Sucatão 4X4, dentre outras.

No entanto, nos últimos anos, além das dificuldades para conseguir apoio institucional do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís para a montagem da estrutura básica necessária à realização dessa manifestação, que acontece desde 1928, ou seja, há 87 anos, temos enfrentado o desrespeito de dirigentes de alguns grupos de bois de matraca que insistem em nos afrontar com insultos, ameaças físicas e procedimentos impróprios para o bom andamento do evento.

Alguns levam horas a fio para completar sua passagem pela Avenida São Marçal, enquanto outros grupos co-irmãos sofrem com o cansaço acumulado na temporada junina aguardando a liberação do espaço para se apresentarem. 

Mas, nos últimos cinco anos tem sido a direção do boi da Maioba que mais causou danos à organização do encontro. Neste ano extrapolou todas as possibilidades do bom senso, pois levou mais de 7 horas para concluir sua apresentação no João Paulo, deixando revoltados não só os demais componentes dos grupos que ainda iriam se apresentar, como grande parcela do público ali presente.

Lembramos que a apresentação dos grupos é de inteira responsabilidade das suas respectivas diretorias que não cumprem os acordos estabelecidos em reuniões prévias ou sequer a elas comparecem omitindo-se das decisões.

Portanto, MANTENDO-SE ESSA SITUAÇÃO DE DESRESPEITO, INJUSTIÇA E ABALO À MORAL E À BOA ÍNDOLE DOS SEUS COMPONENTES, o Grupo Ação Voluntária e o Instituto São Marçal, não continuarão na organização do Encontro de bois de matraca no João Paulo/Festa de São Marçal e, sendo assim, considera como legítimos sucessores e detentores desse bem cultural as diretorias dos referidos grupos que deverão assumir essa responsabilidade daqui em diante.


São Luís-MA, 18 de Julho de 2014


Hélio Braga Lopes
Raimundo do Espírito Santos Morais
Gilson Ramos Pacheco
Paulo de Tasso Alves Martins
Ana Valentina Santos Neta
Lucia Maria Lima Costa

Fonte: portal Ibacanga

Nenhum comentário:

Postar um comentário