Algumas das 21 meninas de Chibok, libertadas após mais de dois anos em cativeiro pelo grupo terrorista Boko HaramSTR/EPA/Agência Lusa/Arquivo |
A Assembleia Geral das Nações Unidas realiza nesta quarta-feira (27) uma reunião de alto nível para analisar o Plano de Ação Global sobre o combate ao tráfico de seres humanos e deve emitir, ainda hoje, uma Declaração Política sobre o tema. A informação é da ONU News.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou na abertura do evento e lembrou que existem em todo o mundo dezenas de milhões de vítimas de trabalho forçado, escravidão sexual e outras formas de abuso e exploração humana, como o recrutamento de crianças como soldados.
Guterres afirmou que o tráfico humano ocorre globalmente, vitimando mulheres vulneráveis, crianças, meninas e meninos. E segundo ele, vários negócios e empresas lucram com esta situação.
O chefe das Nações Unidas disse que as recentes situações de violência e insegurança agravam e aumentam casos de tráfico humano. Como os milhares de pessoas refugiadas que morrem em alto mar, em centros de detenção ou no deserto nas mãos de criminosos e atravessadores.
Terroristas
Guterres mencionou grupos terroristas como o Boko Haram, na Nigéria, e o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que continuam mantendo cativos, meninas, meninos e mulheres. Ele chamou a atenção para a organização deste tipo de crimes e o uso da tecnologia por parte dos bandidos espalhados pelo globo, que segundo ele se aproveitam de falhas na governança e da fraqueza das instituições.
Para a as Nações Unidas, existe mais atenção para a punição ao tráfico de drogas do que ao tráfico de pessoas, e isso precisa mudar. António Guterres disse que é responsabilidade dos líderes internacionais fazer do combate ao tráfico humano uma prioridade de cooperação internacional.
O chefe da ONU explicou que o combate ao tráfico humano requer um maior uso da Convenção contra o Crime Organizado Transnacional e outras convenções e protocolos das Nações Unidas.
Para ele, “não há mais tempo a perder. É hora de se levantar, reagir e eliminar a prática do tráfico de seres humanos de uma vez por todas”.
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