De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é atualmente um problema de saúde pública, sendo uma das três principais causas de morte, em muitos países, entre pessoas de 15 a 44 anos e a segunda entre as de 10 a 24 anos.
A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil tem cerca de dez mil registros anuais.
Alguns estudos revelam que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos, como explica Alexandrina Meleiro, coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria. A psiquiatra explica que a depressão é a causa mais associada ao suicídio.
Segundo ela, a descoberta de doenças crônicas pode levar também a um comportamento suicida. Além do tratamento médico, existem iniciativas, como o Centro de Valorização da Vida, onde voluntários, sabem que a dor não tem hora para se manifestar.
Em meio a informações sobre desafios virtuais e suicídios supostamente associados a jogos, o psiquiatra Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, defende que o tema seja conversado entre pais e filhos. Segundo ele, os pais têm que perceber as mudanças nos filhos.
No relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde em 2014, a OMS, já chamava a atenção de governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública” que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.
Segundo o estudo, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com a agência das Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média.
O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres (taxa de 6,0 para cada grupo de 100 mil habitantes). Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos), seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
O levantamento diz ainda que apenas 28 países do mundo possuem planos estratégicos de prevenção. A mortalidade de pessoas com idade entre 70 anos ou mais é maior, de acordo com a pesquisa.
Dificuldades
Para a OMS, o tabu em torno deste tipo de morte impede que famílias e governos abordem a questão abertamente e de forma eficaz. “Aumentar a conscientização e quebrar o tabu é uma das chaves para alguns países progredirem na luta contra esse tipo de morte”, diz o relatório.
O estudo da OMS aponta que os homens cometem mais suicídio que as mulheres. Nos países ricos, a taxa de mortalidade de pessoas do sexo masculino é três vezes maior que a de óbitos envolvendo o sexo feminio.
Sobre as causas, o relatório afirma que em países desenvolvidos a prática tem relação com desordens mentais provocadas especialmente por abuso de álcool e depressão. Já nos países mais pobres, as principais causas das mortes são a pressão e o estresse por problemas socioeconômicos.
Muitos casos envolvem ainda pessoas que tentam superar traumas vividos durante conflitos bélicos, desastres naturais, violência física ou mental, abuso ou isolamento.
Resposta nacional
De acordo com a OMS, uma maneira de dar uma resposta nacional a este tipo de morte é estabelecer uma estratégia de prevenção, como a restrição de acesso a meios utilizados para o suicídio (armas de fogo, pesticidas e medicamentos), redução do estigma e conscientização do público. Também é preciso fomentar a capacitação de profissionais da saúde, educadores e forças de segurança, segundo o estudo.
Para a agência, os serviços de saúde têm que incorporar a prevenção como componente central. “Os transtornos mentais e consumo nocivo de álcool contribuem para mais casos em todo o mundo. A identificação precoce e eficaz são fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que necessitam”.
Atualmente, grupos de apoio ao sobrevivente ao suicídio estão sendo implantados, em São Paulo, Rio Grande do Sul, Brasília, Rio de Janeiro. Informações no site do cvv.org.br ou pelo número 141. Você pode ligar também no posto do CVV de sua região.
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