A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) moveu ação, nesta
quinta-feira, contra dois políticos e contra religiosos que utilizaram igrejas
com fins eleitoreiros. Um dos processos traz como réus os bispos Daniel Santos
e Júnior Reis, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), acusados de abuso
de poder econômico por usar os templos de Del Castilho e Nova Iguaçu para pedir
votos para Marcelo Crivella (PRB) e outros candidatos, conforme
revelou O GLOBO.
A PRE esclareceu que Crivella não foi enquadrado na ação
porque a partir prova disponível, um vídeo feito pela reportagem do GLOBO, não
fica comprovada a participação do candidato na irregularidade, ou seja, o
pastor pode ter pedido votos à revelia do senador.
Já no outro processo, no qual a procuradoria pede a cassação
dos diplomas e a inelegibilidade do deputado federal reeleito Francisco
Floriano (PR) e do deputado estadual eleito Milton Rangel (PSD), também por
utilização ilegal de templos religiosos, ficou provada a participação dos
políticos, uma vez que foi apreendido material de campanha dos candidatos no
interior da igreja Mundial do Poder de Deus. Além dos dois, o pastor Léo, da
mesma denominação, também é citado na ação. De acordo com a procuradoria, os
réus serão julgados por tentarem captar votos em celebrações religiosas.
“Em uma democracia a liberdade religiosa é plena, o que é
inadmissível é a transformação de templos religiosos em comitês eleitorais”,
afirmou o Procurador Regional Eleitoral por meio de nota.
Até o fim da eleição, a procuradoria moveu 580 representações
por propaganda irregular e 20 ações de investigação judicial. Segundo o órgão,
os processos foram baseados em relatórios da fiscalização do Tribunal Regional
Eleitoral, além de denúncias recebidas pela própria procuradoria. O procurador
esclarece que o número de ações pode parecer pequeno em relação à quantidade de
documentos enviados pela fiscalização (cerca de 800) porque “muitos dos
relatórios se referiam ao mesmo ilícito, por isso foram reunidos em uma mesma
ação".
Fonte: O Globo
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