O ex-governador do Ceará, e ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), apresentou à presidente Dilma Rousseff o seu pedido de demissão do cargo de Ministro da Educação nesta quarta quarta-feira (18). A informação foi confirmada oficialmente pela Casa Civil. A saída dele ocorreu após uma fala sua no plenário da Câmara ter gerado revolta entre parlamentares na base aliada.
Cid solicitou o abandono do cargo logo após se retirar da sessão geral da Câmara dos Deputados sobre esclarecimentos às acusações de "achaque" por parte de parlamentares ao Governo dilmista.
O pedido de explicações da Câmara surgiu após uma declaração do ministro para professores e reitores durante uma visita à Universidade Federal do Pará.
"Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas
Durante seu discuros, o ministro atacou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Prefiro ser acusado por ele [Cunha] de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque", disse Cid, apontando para a Mesa Diretora, onde estava o presidente da Casa.
A fala de Cid desta tarde incomodou e foi criticada por vários parlamentares. Alguns deles chegaram a recomendar sua saída na tribuna.
Pouco depois, ao retomar a fala, Cid fez novas acusações e abandonou o plenário da Câmara, quando foi acusado de fazer "papel de palhaço" pelo deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ), partido da base aliada.
Após a demissão, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), disse que Cid se comportou como "menino mimado".
Pouco antes da confirmação da saída de Cid do ministério, o PMDB havia ameaçado romper com o governo caso o ministro não fosse demitido. Assim que deixou o prédio do Legislativo, o ministro foi chamado para uma conversa com a presidente Dilma Rousseff. Antes da confirmação oficial de sua saída, Eduardo Cunha já havia informado a imprensa que Cid havia caído.
Em nota Cid Gomes justificou sua decisao, "a minha declaração na câmara, é obvio que cria dificuldades para a base do governo. Portanto, eu não quis criar nenhum constrangimento. Pedi demissão em caráter irrevogável".
A demissão de Cid foi proferida no Plenário da Câmara pelo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Comunico à Casa o comunicado que recebi do chefe da Casa Civil comunicando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes", disse Cunha. Durante discurso, Cid chegou a apontar o dedo ao presidente da Câmara acusando-o de ser um dos "achacadores".
O Palácio do Planalto distribuiu nota oficial dizendo que "o ministro da Educação, Cid Gomes, entregou nesta quarta-feira, 18 de março, seu pedido de demissão à presidenta Dilma Rousseff". A nota diz ainda que a presidente Dilma "agradeceu a dedicação dele à frente da pasta".
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