Michel Temer |
De família libanesa, Michel Temer começou a carreira pública nos anos 60. O novo presidente chegou a ser coordenador político do governo Dilma, mas depois se distanciaram. Foi justamente em um dos períodos de crise política do governo da presidente Dilma Rousseff, recente inclusive.
Antes de entrar na política, Michel Temer fez carreira na área do direito.
O casal Miguel Elias Temer Lulia e March Barbar Lulia saiu do Líbano em 1925, deixando para trás as dificuldades do período pós-guerra.
Quinze anos depois, nascia em 23 de setembro de 1940 em Tietê, interior de São Paulo, o oitavo filho do casal e agora presidente do Brasil, Michel Miguel Elias Temer Lulia.
Antes de entrar pra política Michel Temer se formou na escola de direito da USP e fez doutorado na PUC de São Paulo.
Teve uma carreira acadêmica de sucesso: foi professor e autor de livros de direito que viraram referência nas universidades.
O primeiro cargo público foi em 1964, na secretaria da educação do governo Adhemar de Barros.
Em 1983, já filiado ao PMDB, se tornou procurador-geral do estado, a convite do então governador Franco Montoro.
No ano seguinte, assumiu a secretaria da Segurança Pública de São Paulo.
Foi Temer quem criou a primeira Delegacia da Mulher do país.
Deixou o cargo de secretário pra disputar a eleição pra deputado federal, em 1986. Não se elegeu, mas ficou na suplência.
Acabou assumindo e participando da Assembleia Constituinte.
Em 1990, Temer voltou a se candidatar a deputado federal. E novamente ficou na suplência.
Foi convidado então, outra vez, para a Secretaria da Segurança de São Paulo, em 1992. Dessa, vez o convite partiu do governador Luiz Antonio Fleury.
Temer assumiu a secretaria em meio à crise causada depois do massacre do Carandiru, onde 111 presos foram mortos.
Depois da segunda passagem pela Secretaria, Temer se candidataria outras 4 vezes seguidas a deputado federal, vencendo todas.
Sua ascensão política ganhou força durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Se tornou líder do PMDB e, com o apoio do governo, se elegeu presidente da câmara pela primeira vez, em 1997.
Temer se elegeria presidente da casa mais duas vezes, em 99 e 2009. E seria o presidente do PMDB durante 15 anos.
Michel Temer é casado com Marcela Temer. Ele se conheceram e se casaram em 2003.
Na época, Marcela era uma modelo com 19 anos. Michel Temer tinha 62. Os dois têm um filho de 8 anos.
Temer tem ainda três filhas, já adultas, do primeiro casamento, e um filho de 14, de outro relacionamento.
Em 2004, chegou a se lançar candidato a prefeito de São Paulo, mas a candidatura não se sustentou e Temer acabou concorrendo como candidato a vice de Luiza Erundina.
A chapa terminou com menos de 4% dos votos.
No Congresso, Temer foi um dos principais articuladores da aproximação do PMDB com o primeiro governo do presidente Lula.
Já no segundo mandato de Lula, o PMDB passaria a integrar formalmente a base aliada. E foi com o apoio do PT que Temer ganhou sua terceira eleição para presidência da Câmara, em 2009.
“Agora não há eleitores e não eleitores, há deputados do poder legislativo brasileiro”, disse Temer à época.
E, de político aliado, Temer passou a fazer parte do governo. Em 2010, foi eleito vice, na chapa de Dilma Rousseff.
Mas não muito depois da subida da rampa do Planalto, começaram as divergências.
O PMDB ficou com 4 ministérios – e queria mais.
“A busca por governar. E governar envolve a definição de segundo escalão”, comentou Michel Temer na ocasião.
Na candidatura à reeleição, a parceria PT e PMDB se repetiu. Dilma e Temer se reelegeram. Mas o segundo mandato já começou turbulento.
Em meio ao agravamento da crise política e econômica, o PMDB de Temer apoiou a candidatura de Eduardo Cunha contra o candidato do PT e de Dilma, Arlindo Chinaglia, para a presidência da Câmara. Cunha venceu com quase o dobro dos votos de Chinaglia.
Com o agravamento da crise, Michel Temer foi escalado para ser o articulador político do governo. Uma das principais missões do vice-presidente era conseguir aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal. Mas o governo também queria que Temer apaziguasse a relação com o PMDB. O que não aconteceu.
"Não vamos ignorar que a situação é, é razoavelmente grave. Não tenho dúvida que é grave. E é grave porque há uma crise política, é, se ensaiando, há uma crise econômica que está tendo, precisando ser ajustada. É preciso que alguém possa, tenha capacidade de reunificar a todos, de reunir a todos e fazer este apelo, eu estou tomando esta liberdade, de fazer esse pedido porque, caso contrário, nós podemos entrar numa crise desagradável para o país”, disse Michel Temer, na ocasião.
Em julho, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anunciou o rompimento com o governo.
E, duas semanas depois, o próprio Temer anunciou que deixava a coordenação política do governo.
O rompimento final com Dilma Rousseff e com o governo de que fazia parte veio com uma carta à presidente. No texto, Temer dizia: "Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje e não terá amanhã. Lamento. Mas esta é a minha convicção."
Após a carta, Temer encontrou a presidente. “Combinamos, eu e a presidenta Dilma que nós teremos uma relação pessoal e institucional que seja a mais fértil possível”, disse Michel Temer, logo após o encontro.
Mas, com o processo de impeachment ainda em andamento no Congresso, veio o vazamento de um áudio. Como se estivesse treinando um discurso, Temer se declarou pronto para assumir o cargo de presidente: "Não quero avançar o sinal. Até imaginaria que eu poderia falar depois da decisão do Senado, mas, evidentemente, sabem todos os que me ouvem que, quando houver a decisão definitiva, a decisão do Senado, eu preciso estar preparado para enfrentar os graves problemas que hoje afligem o nosso país”.
Entre dezenas de nomes de parlamentares e ministros citados nas investigações da Lava Jato, surgiu também o de Michel Temer. Foram 4 referências. Até o momento, consideradas insuficientes pela Procuradoria-Geral da República para justificar um pedido de inquérito.
No Tribunal Superior Eleitoral, segue o processo que pede a cassação da chapa Dilma/Temer, por suposto abuso de poder econômico nas eleições de 2014.
Sobre as citações do nome dele na Operação Lava Jato, Temer diz que fez indicações para a diretoria da Petrobras a pedido da bancada do seu partido. E que, na época, não havia suspeitas sobre os nomes indicados. Ele disse também que as doações recebidas foram declaradas ao Tribunal Eleitoral.
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