segunda-feira, 21 de agosto de 2017

"PSEUDOPASTOR” COMPARA NOSSA SENHORA APARECIDA A UMA GARRAFA DE COCA COLA

Pseudopastor desrespeita a fé dos católicos 
O vídeo do "pseudopastor" de nome Agenor Duque, 'apóstolo' da igreja Plenitude do Trono de Deus em São Paulo, mostrando o momento que ele compara uma garrafa de Coca-Cola à imagem de Nossa Senhora Aparecida traz a tona o desrespeito, racismo e a intolerância existente em algumas seitas contra os católicos.

"Não se faça de louco ok? Tem uma deusa ou um santo que é parecido com essa garrafa, até a cor é parecida, parece que o véu dela é parecido com essa, mas é uma Coca, calma, depois não vá dizer que eu estou falando mal da sua santa. Mas eu vou falar uma coisa para você, ela não pode ajudar nem ela, porque nem o pó da cara dela ela pode tirar", diz.

Católicos ficaram revoltados com o vídeo e até chegaram a dizer que ele recebeu castigo na mesma hora, afirmando que dedo do pastor começa a sangrar misteriosamente enquanto segura o microfone, como é possível ver no vídeo. Mas internautas colocaram em dívida se era sangue ou se um pedaço da embalagem do refrigerante que colou no dedo dele.

Agenor Duque, lançou um desafio aos telespectadores de seu programa que são católicos. Ele pediu para que, por cinco minutos, eles tirassem a imagem de Nossa Senhora Aparecida do altar, caso tenham em suas casas, para clamar a Deus por cura e fazer um desafio.

Mas para dizer tais palavras, o religioso usou uma garrafa de Coca-Cola, por conta da silhueta semelhante à da imagem, inclusive falando da cor do líquido, uma vez que a imagem de Aparecida é negra.

Continuando sua fala, o religioso declarou: “A boca dela não fala, o ouvido dela não ouve. Você que está com câncer, tire ela aí do pedestal. Ela é tão fraca quanto eu, porque se você soltar, ela vai cair. E eu desafio ela a se levantar”.

O apóstolo então pede para que o telespectador tire a imagem por cinco minutos e aceite a Jesus como Salvador, fazendo uma oração para ser curado da doença que tiver. Ele também cita São Jorge, o santo que está em cima de um cavalo, e propõe o mesmo desafio: tirar a imagem do altar, colocar no chão e clamar por Deus.

“Desafie o meu Deus e depois de cinco minutos você vai procurar o câncer… E se Ele for Deus, em Espírito em verdade, o câncer vai sumir, o diabetes vai sumir e depois você pegue ela, ele e o cavalo e jogue para fora da sua casa e diga: ‘a partir de hoje eu e minha casa serviremos ao Senhor'”. Assista o vídeo, aqui: Pastor compara Nossa Senhora de Aparecida com Coca-Cola

A falta de respeito de Agenor Duque, lembrou a outra situação ocorrida no dia 12 de outubro de 1994, Dia de Nossa Senhora Aparecida, quando o ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus que se auto declara bispo, ficou conhecido no Brasil e no mundo por chutar a imagem da padroeira do Brasil em seu programa de televisão na TV Record . O caso repercutiu internacionalmente, e trouxe indignação para todos os católicos e até mesmo para autoridade de fora da igreja, o pastor teve que ir embora do Brasil indo morar nos EUA.

A forma com que esses lideres religiosos induzem seus seguidores a desacreditar nas demais religiões, expõe uma “guerra” declarada, ao ponto de fazer uma comparação bizarra que presta um grande desserviço na busca pela união e fraternidade religiosa. Essas situações só reforça a intolerância religiosa no Brasil criando situações de separativismo entre os cristãos. 

Conforme estabelecido no Código Penal Brasileiro no art. 208: escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso é crime, podendo o responsavel ser detido de um mês a um ano, ou multado. Vivemos em um Estado laico, pois a Constituição Brasileira e outras legislações preveem a liberdade de crença religiosa aos cidadãos, além de proteção e respeito às manifestações religiosas.

Padre Zezinho responde ao pastor

Muitos católicos se sentiram ofendidos com a maneira que Agenor Duque se portou no vídeo. Apesar de o apóstolo tentar dizer que não estava se referindo à Nossa Senhora de Aparecida, várias frases dele deixaram mais do que subentendido que ele estava, sim, falando da santa.

Em seu Facebook, o padre Zezinho afirmou que explicou que um crente precisa respeitar outros crentes, mesmo que não orem e creiam da mesma maneira, pois Deus ama a todos.

O padre afirmou não conhecer a formação do apóstolo Duque, mas considerou sua atitude como uma agressão sem nenhuma necessidade à imagem Nossa Senhora de Aparecida, mãe de Jesus.

Referindo-se ao vídeo onde Duque segura a garrafa de Coca-Cola e a deixa cair simbolicamente no chão, padre Zezinho afirmou que ele certamente estava debochando das imagens e símbolos dos católicos. O religioso disse que mesmo os ouvintes e fiéis da igreja na qual Duque prega ficaram chocados com o pregador em relação à mãe de Jesus.

O padre Zezinho finalizou sua postagem afirmando “que o apóstolo Agenor Duque ofendeu os católicos, chamando-os de ignorantes, pelo fato de representarem Maria negra em veste azul, mas que ele (Duque) sobe ao palco vestido de mendigo, o que é uma imagem exótica”.

Milhares de seguidores do padre comentaram, curtiram e compartilharam a sua resposta a Agenor Duque no Facebook.

Em resposta a uma das seguidoras, padre Zezinho afirmou conhecer milhares de protestantes que respeitam os católicos e que ele ama a todos.

Deputado federal aciona pastor na justiça 

O deputado federal e cantor católico, Flavinho, acionou o Ministério Público de São Paulo, após viralizar nas redes sociais o vídeo. 

Segundo o Flavinho, o pastor cometeu um crime conforme estabelecido no Código Penal Brasileiro no art. 208: escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

"Como Deputado Federal, estou oficializando o Ministério Público, pois o ato deste pastor configura dois crimes: vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso e de racismo", disse Flavinho.

Flavinho afirmou que "como católico ele não vai se calar!".

A forma com que esses lideres religiosos induzem seus seguidores a desacreditar nas demais religiões, é impossível ficar inerte diante dessa "guerra" declarada, ao ponto de fazer uma comparação bizarra que presta um grande desserviço na busca pela união e fraternidade religiosa.

"Quero deixar muito claro que respeito profundamente meus irmãos evangélicos. Aqui na câmara dos deputados temos uma convivência muito harmoniosa, nos alinhamos na defesa de temas como da vida, da família", declarou Flavinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário