Já tivemos a Copa das Copas, segundo a presidente afastada, e a Olimpíada do Oba-Oba caminha para o fim. E os resultados como serão analisados pela mídia e pelo povo? É uma resposta que não se tem agora. Os organizadores queriam um top-ten de medalhas. Isto não importa muito porque já estamos fartos de tantas medalhas feias e ruins neste país de macunaímas. As medalhas do COI não mudarão nossa realidade.
A abertura dessa festa foi de arromba. Por trás daquele cenário estavam e continuam os nossos problemas. A mídia internacional louvou a festa, aqui nem se fala. Até porque se alguém fosse mais duro nas críticas logo seria carimbado como pessimista e outras coisas mais.
Abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro arrancou elogios do mundo |
Alguns exageraram. Compreende-se isso parte. Quem faz festa, mesmo que transfira depois as contas para o povo, quer que os convidados levem daqui a melhor imagem possível. Não é fácil em nosso país. Aliás, temos a República Federativa do Brasil e aRepública do Crime Organizado. Em grandes eventos, o crime tira o dedo do gatilho e o pé para não piorar a sua imagem.
Por mais esforços que as autoridades fizessem para mostrar segurança, coisas ruins aconteceram e a pior delas foi a morte do soldado Helio Vieira de Andrade, da Força Nacional, baleado na cabeça, por que errou o caminho e entrou no espaço daRepública do Crime Organizado. Do jeito que as coisas vão, com o domínio do Comando Vermelho e as milícias, daqui a pouco, para entrar no espaço da bandidagem será preciso passaporte. O sangue de um inocente livrou a cara de um governo falido, incompetente e bufão.
MÍDIA FEZ SEU PAPEL
A mídia, principalmente aquela de empresas multinacionais, fez o seu papel. Os moçoilos da tevê daraposa, do Mickey Mouse e a deusa platinada interpretaram muito bem a lição do ex-ministro Ricupero:
- “O que é bom, a gente mostra. E o que é ruim, a gente enfia embaixo do tapete”.
Parque Olímpico chamou atenção por sua beleza escultural no Rio de Janeiro |
Por isso, a cada medalha o pessoal gritava a plenos pulmões. Na primeira semana ficamos em seis medalhas porque alguns esportes tiveram resultados pífios. O judô ficou longe do previsto e a natação, nem se fala.
Mas a questão do número de medalhas fica para depois. Até porque já temos medalhas demais. Não são da Olimpíada, mas da nossa realidade, a saber:
1 – Temos medalha de maior consumidor de crack do mundo. Temos medalha de vice-campeão mundial em consumo de cocaína.
2 – A medalha da corrupção é falada no mundo inteiro. Pensa que é fácil ser dono do título de maior escândalo de corrupção mundial, graças à cumpanheirada do PT e de outros partidos?
3 – Outra medalha que será difícil de tirar da gente é registrar 54 mil assassinatos no país por ano. No Brasil, mata-se mais do que na guerra da Síria.
4 – Outra medalha que temos, e ninguém reclama, é a da Bolívia. Evo Morales, coitado, passou a mão na refinaria da Petrobrás – coisa de um bilhão de dólares – e a gente ainda compra gás deles. Aqui, temos em São Paulo mais de 80 mil bolivianos. Somos um país acolhedor. Os bolivianos trabalham muito e são até explorados por maus brasileiros.
As belezas naturais do Brasil não esconderam a poluição das suas águas |
5 – Recebemos medalha do Paraguai. Construímos a usina de Itaipu. Os amigos das harpas e das belas guarânias, entraram só com a água. O Brasil gastou cerca de 15 bilhões de dólares, pagamos a energia que eles não consomem e não é que Lula mandou reajustar os preços da energia que compramos do Paraguai. São 360 milhões de dólares por ano, para alegria do então presidente Lugo, aquele ex-padre don juan.
6 – Nossos vizinhos, com quem mantemos relações diplomáticas, mandam-nos mais medalhas. São o contrabando do Paraguai, inclusive de armas que fortalecem o crime organizado no Brasil, mais as drogas que vêm da Bolívia, Peru e Colômbia. Somos um corredor de tráfico de drogas e nossos bandidos já formaram o Narco-Sur, para fomentar o tráfico em direção à Europa e o resto do mundo. A nossa Polícia Federal não consegue conter isso, pois são 17 mil Kms de fronteiras secas e molhadas e temos pouco mais de 2 mil homens para enfrentar esse grave problema.
7 – Temos as nossas medalhas internas. O desemprego de 11 milhões de pessoas, uma inflação de 10%; saúde zero, educação péssima, segurança caótica e uma dívida interna de arrepiar os cabelos. São mais de 3 trilhões – alguns senadores garantem que já passou de 4 trilhões – remunerados por juros vergonhosos, mas que causam alegria e felicidade aos nossos patriotas banqueiros. Só no ano passado, o país gastou 503 bilhões de reais com o serviço da dívida interna. Quantas medalhas de ouro compraríamos com essa dinheirama? Só Deus sabe.
Rio de Janeiro, uma cidade conhecida em todo o mundo e vítima do crime organizado |
8 – Somemos às outras medalhas, a medalha da exclusão social. Um país que é a 10ª economia do mundo, que tem um PIB per capita nominal de 8.670 dólares, está abaixo da Argentina e do Uruguai. Temos uma renda per capita de 1.113 reais (dados do IBGE) e em Brasília a renda per capita chega a 2.252 reais.
9 – Temos a medalha do saneamento básico. Não despoluíram a Baia de Guanabara e no fim os gringos nem acharam ruim. A baia aonde aportou Mem de Sá é um esgotão. Idem, o Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, apesar do trabalho feito. Saneamento básico não dá votos e o governo Temer cortou os subsídios do saneamento básico. O Brasil, desse jeito, vai virar a maior cloaca do mundo.
10 – Vamos esperar outras medalhas dessa olimpíada de ilusões. As medalhas que ninguém quer ver mais estão a desafiar os tempos. E fica uma frase:
“O Rio continua lindo e os traficantes continuam rindo”.
Com Olimpíada ou sem Olimpíada.
Fonte: futebolinterior - por DALMO PESSOA
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