segunda-feira, 8 de agosto de 2016

BRASIL CONQUISTA PRIMEIRA MEDALHA DE OURO NAS OLIMPÍADAS RIO 2016


A primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio saiu nesta segunda-feira (8). A judoca Rafaela Silva venceu com um wasari a atleta mongol Dorjsürengiin Sumiya, na categoria até 57 quilos, atual líder do ranking mundial.

Rafaela Silva, conquistou o primeiro ouro brasileiro

Na manhã de hoje, Rafaela já havia vencido a alemã Myriam Roper, a sul-coreana Kim Jandi e a húngara Hedvig Karakas.
Numa disputa muito acirrada, venceu na semifinal no Golden Score (tempo extra) a judoca romena Corina Caprioriu, vice-campeã mundial na  na categoria, ao conseguiu um wazari sobre a oponente.

Rafaela é carioca, tem 24 anos e cresceu na comunidade Cidade de Deus. Começou a praticar judô com 5 anos em uma academia na rua de sua casa. Aos 8 anos, entrou no Instituo Reação, no Rio de Janeiro.

Em 2011, ganhou a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, no México e, em 2015, conquistou a prata no Pan de Toronto. Também foi foi vice-campeã mundial em Paris 2011. Na Olimpíada de 2012, em Londres, Rafaela foi desclassificada pelos juízes na segunda rodada por um golpe ilegal.

Rafaela conquistou a medalha de ouro no Mundial de Judô de 2013, prata no Mundial de 2011 e bronze no World Masters de 2012.

A história da campeã olímpica 

Aos seis anos, Rafaela saiu da Cidade de Deus, a comunidade carente e violenta que ficou famosa com o filme homônimo de Fernando Meireles, para se tornar a melhor judoca que o Brasil já teve. Em 2013, ela foi campeã mundial, também em sua casa, no Rio de Janeiro. Nenhum outro judoca do país tem títulos olímpicos e mundiais. Sarah Menezes, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio têm ouros olímpicos, mas nunca venceram Mundiais. João Derly (duas vezes), Tiago Camilo, Luciano Correa e Mayra Aguiar tem o Mundial, mas não o ouro olímpico.

A história da judoca começou em uma academia montada em sua rua, quando tinha cinco anos e seus pais buscavam uma atividade para acalmar a menina brigona. O destino fez com que Geraldo Bernardes, o técnico de Flavio Canto, medalhista de bronze dos Jogos de Atenas-2004, se interesse pela garota. Ela foi treinar no Instituto Reação, que Bernardes e Canto criaram para ensinar judô em comunidades carentes.

Em 2008 o trabalho já dava resultado, com o título mundial sub-20. Em 2009, foi a melhor brasileira no Mundial de Roterdã, com um quinto lugar. Em Londres-2012, porém, ela quase deixou o esporte. Eliminada por tentar um golpe ilegal, ela foi bombardeada com mensagens racistas em redes sociais. Reagiu. Quando chegou no Brasil, queria abandonar o esporte.

"Treinei muito depois de Londres porque não queria repetir o sofrimento. Depois da minha derrota, muita gente me criticou, disse que eu era uma vergonha para minha família, para meu país. E agora sou campeã olímpica", disse Rafaela logo depois da luta. "Em 2014 eu estava desacreditada, mas agora eu vim e treinei o máximo que eu podia e meu resultado veio através dos meus treinamentos. O ginásio chegava a tremer e eu consegui contribuir", complementou

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