Willen Dafoe - deve gravar filme em São Luís |
A possível exibição de “Padre” no Festival do Rio é uma nova chance para o casal Giada Colagrande e Willen Dafoe voltar ao Brasil, onde esteve pela última vez em 2014,
quando Dafoe rodou “Meu amigo hindu” (2015), de Hector Babenco
(1946-2016).
Giada, que é esposa de Dafoe, tem um projeto para filmar no país — mais exatamente em São Luís do Maranhão. Inspirado em um roteiro do americano Barry Gifford, escriba conhecido pelas tramas de “Coração selvagem” (1990) e “Estrada perdida” (1997), de David Lynch, e “Perdita Durango” (1997), de Álex de la Iglesia.
“Padre” (“Pai”) conta a história de um grande compositor erudito que, após morrer, passa a se comunicar com a filha por intermédio da música. Dafoe encarna um grande amigo da família, que ajuda a herdeira, interpretada pela própria Giada, na iniciação nos mistérios da comunicação com o mundo dos mortos. O papel-título é vivido por Franco Battiato, considerado pela diretora como “o maior compositor italiano vivo”.
Giada explica que “Padre” é um filme completamente feito “fora do sistema”, realizado sem o apoio de produtoras ou distribuidoras. Grande parte dele foi rodada no apartamento do casal e no bairro onde vivem em Roma. A equipe tinha só sete pessoas, incluindo atores e técnicos.
"É um filme totalmente caseiro, feito na rua, sem apoio financeiro de ninguém, com os recursos de que dispúnhamos. Até o nosso cronograma de filmagem era bem alternativo, para ganhar mais flexibilidade. Filmamos quase tudo durante feriados, para que as pessoas envolvidas não fossem tiradas dos seus afazeres e de seus trabalhos, e não se sentissem mal por não estarem ganhando dinheiro com o filme, lembra Dafoe.
Nas mãos de Giada, o roteiro de Gifford foi repaginado: o clube de ilusionismo frequentado pelos personagens deu lugar a um terreiro de candomblé; a paisagem exótica se materializou nos contornos do centro histórico colonial da capital maranhense. Batizado de “Tropico”, o filme será protagonizado por Dafoe e uma atriz italiana, ainda a ser escolhida.
— É uma típica história de duplos femininos, com todas as nuances inspiradas pelo lugar onde a ação se passa, que tem uma ligação forte com o candomblé. Todos os personagens estão envolvidos de algum jeito com a religião — explica ela. — Fui a rituais de candomblé na Bahia, li muito sobre o assunto, mas inventei minha própria versão dos ritos afro-brasileiros para o filme.
Uma amiga brasileira do casal, a empresária Nathalia Scarton, negociou com o governo do Maranhão uma pequena participação no projeto, que garantirá o início das filmagens em junho de 2017.
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