quarta-feira, 9 de novembro de 2016

DONALD TRUMP É ELEITO PRESIDENTE DOS EUA

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Donald Trump - Eleito presidente dos EUA
O empresário Donald Trump será o 45º presidente dos Estados Unidos da América. Ele alcançou os 276 votos de delegados do colégio eleitoral na madrugada de hoje (9), depois de uma acirrada disputa com a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Trump assegurou maioria em estados decisivos como a Flórida, Carolina do Norte, Ohi e a Pensilvânia. Ele assumirá o cargo em 20 de janeiro.
Donald Trump declarou na manhã de hoje (9), em seu primeiro discurso como presidente eleito, que Hillary Clinton telefonou para ele para cumprimentá-lo, admitindo a derrota.

A vitória de Trump encerra uma das campanhas mais polarizadas da história recente dos Estados Unidos. A campanha foi marcada por acusações mútuas, envolvendo a vida pessoal dos candidatos e atingiu o auge quando um vídeos, de 2005, mostrava o candidato do Partido Republicano usando palavras desrespeitosas para se referir às mulheres. O resultado eleitoral surpreende proque contraria as últimas pesquisas que mostraram Hillary Clinton com ligeira folga na liderança da corrida eleitoral.

Os mercados financeiros desabaram em todo o mundo com a notícia da vitória de Donald Trump. O índice Nikkei do Japão caiu mais de 800 pontos, ou seja quase 5%. O índice da bolsa de Hong Kong perdeu 650 pontos, ou 2,8%. Enquanto isso, o peso mexicano - que já apresentava um comportamento frágil quando o candidato republicano subiu nas pesquisas durante a campanha - agora caiu para um mínimo de oito anos, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. As aplicações financeiras estão se transferindo para o ouro. O peso mexicano está em queda livre.

Algumas emissoras de televisão nos Estados Unidos mostraram a população mexicana, em praças públicas, acompanhando com preocupação e tristeza a evolução da contagem de votos e já pressentindo a vitória de Donald Trump. O México foi um dos principais alvos dos ataques de Trump ao longo da campanha. Em agosto de 2015, ele defendeu a construção de um muro na fronteira com o México, financiado pelo governo mexicano, para evitar a entrada nos Estados Unidos de imigrantes ilegais e traficantes.

Em setembro de 2016, na tentativa de fazer uma política de boa vizinhança, o presidente do México, Enrique Peña Nieto, convidou o candidato Donald Trump para visitar o país. Trump aceitou o convite e se comportou como chefe de nação e não como candidato, ocupando o centro das atenções do cerimonial mexicano e colocando Peña Nieto em segundo plano. A visita de Trump acabou sendo um constrangimento para o presidente mexicano, que recebeu muitas críticas da oposição.

Logo após o encerramento das votações, a diferença entre Donald Trump e Hillary Clinton já aparecia muito pequena, indicando que as expectativas dos democratas de derrotar facilmente Donald Trump estavam assentadas em bases fora da realidade. A tendência de vitória do republicano ficou mais acentuada às 23h30 de ontem (8), quando o candidato foi declarado vencedor na Flórida. Só aí Trump garantiu 29 votos a seu favor no colégio eleitoral.

Depois disso, quando os votos computados na Carolina do Norte e em Ohio indicavam vitória de Donald Trump, os assessores da campanha de Hillay Clinton começaram a ficar alarmados com a iminente derrota. Toda a estratégia que eles montaram para ganhar em Ohio, que fica na região Centro-Leste dos Estados Unidos, e mais os estados do Sul, fracassou. Ohio é um estado "oscilante", que sempre indica o vencedor das eleições norte-americanas. Restava porém a Pensilvânia, que fica na região Centro-Atlântico. Mas lá também Hillary perdeu. Com isso, desmoronou o que restava de estratégia eleitoral de Hillary.

REAÇÃO DA ELEIÇÃO DE TRUMP NO BRASIL

A eleição do bilionário Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos não fez a alegria apenas da extrema direita europeia. Seguindo o exemplo da líder ultradireitista francesa Marine Le Pen, do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e do presidente checo, Milos Zeman, frequentemente criticados por seus discursos de direita populista, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disse, por meio das redes sociais, que “vence aquele que lutou contra tudo e todos. Em 2018, será o Brasil no mesmo caminho”. A afirmação é uma referência a sua eventual candidatura daqui a dois anos. 

Já o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que “mergulhamos na nova idade média. Donald Trump presidente dos EUA é uma catástrofe”. O discurso seguiu a linha da petista Maria do Rosário. “A expressão ‘Deus salve a América’ hoje é bem apropriada. Salve desse Trump! Aliás, salve o mundo dele. Já basta o Brasil aguentar essa direita”, afirmou. 

O vereador eleito por São Paulo Eduardo Suplicy foi mais comedido: “Lamento a vitória de Donald Trump, mas respeito a decisão democrática do povo norte-americano. Vamos estar atentos a cada passo e expressar nossa opinião sobretudo no que for importante para a paz mundial”. 

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) afirmou, por meio do Twitter, que “os grandes desafios do líder eleito será unificar o país e assegurar que não alimentará nenhum tipo de racismo, violência e segregação”. O peemedebista Roberto Requião aproveitou para criticar a imprensa e o governo de seu correligionário Michel Temer: “A mídia fundamentalista que eliminou Bernie Sanders deu a vitória a Trump. Fará o mesmo apoiando a estupidez da PEC 241/55 no Brasil”.

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