terça-feira, 17 de janeiro de 2017

SOFRÊNCIA SERTANEJA E CANTORAS DOMINARAM A LISTA DE MÚSICAS MAIS TOCADAS EM 2016

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Marília Mendonça é considerada a Rainha da sofrência
A música sertaneja ficou mais pop ao longo da última década, tendo se misturado com ritmos como arrocha e forró. Mas nada mudou tanto assim. Desde 2014, o estilo passou a se inspirar ainda mais em histórias fracassadas de amor, dando origem à quase nova vertente intitulada “sofrência”. Em 2016, o grande diferencial foi que a mulherada dominou o gênero e trouxe boas letras de situações que acontecem com todo mundo e normalmente ninguém conta.

“O sertanejo feminino com certeza foi o que predominou em 2016. É como a Marília Mendonça falou numa entrevista para o Faustão: quando elas estavam sofrendo e queriam ouvir uma música, sempre era o lado do homem. Mulher só cantava música de vida de princesa. 

Com letras ora tristes, ora engraçadas, as artistas contaram algumas histórias um tanto chocantes. Afinal, não é sempre que uma música conta a história do marido flagrado no motel com a amante. Mas foi essa experiência que tornou Naiara Azevedo um dos maiores sucessos de 2016.

Ao lado de Maiara & Maraísa, ela soltou a voz para contar a história de uma traição no hit 50 reais. Lançada em maio, a música ainda toca nas rádios e faz sucessos nas festas. 

Falando nas irmãs que têm conquistado os palcos sertanejos, não se pode deixar de citar a música 10%. A moda traz uma mulher, assim como é de costume em músicas cantadas por homens, que afoga as mágoas de um término no copo de cachaça. Ao mesmo tempo que empodera a figura feminina para fazer o que quer, a moda resgata as fases de sofrimento. “Eu já tô lembrando da gente fazendo amor/ celular na mão, mas ele não tá tocando/ se fosse ligação, nosso amor seria engano, seria engano.”

Falar de sofrimento na música sertaneja é, também, falar de Marília Mendonça. Considerada a rainha da sofrência, ela estourou com a música Infiel e ganhou cada vez mais espaço com letras que traziam experiências passadas. Assim como 50 reais, o hit da goiana conta a história de uma traição. Dessa vez, a música não é tão direcionada ao homem, e sim à amante. “E agora será que aguenta a barra sozinha? (...) Tá na sua mão, você agora vai cuidar, de um traidor, me faça esse favor.” Ela também manda um recado ao infiel num dos refrões mais cantados em 2016: “Iêê, infiel. Eu quero ver você morar num motel. Estou te expulsando do meu coração, assuma as consequências dessa traição”.

Com um toque de ameaça, Eu sei de cor, também de Marília, relata os passos do fim de um relacionamento. “Se eu não me engano, agora vai me deixar só, o segundo passo é não me atender, o terceiro é se arrepender.” Com uma melodia lenta e bem ritmada, a música se divide entre sofrimento e avisos diretos.

Mas o sofrimento não acaba por aí, depois de Meu violão e o nosso cachorro, Simone & Simaria trouxeram uma letra apaixonada sobre o vazio no guarda-roupa, e no coração em 126 cabides. Além das roupas, o amado leva também a alegria e o futuro. Com um término que parece ser dos mais doloridos, o desgosto é forte e a nova companhia parece ser a tal da solidão. “Tô negociando com a solidão, tô tentando convencer que ela não fique não, se vá.”

Quem acha que Wesley Safadão é só Camarote e Vou dar virote está muito enganado. Em parceria com Matheus & Kauan, o cantor mostrou que nem tudo é festa e trouxe uma boa dose de sofrência com o single Meu coração deu PT. Lançada em agosto, a música tem quase 80 milhões de visualizações no YouTube e é sucesso nacional. O hit também leva Safadão para um estilo mais sertanejo e resgata a velha história do “beber para esquecer”.

Sofrência é o termo atualmente usado para designar as eternas músicas calcadas na dor de cotovelo. O que mudou foi a pegada pop do som de duplas como Zé Neto & Cristiano, campeões de execuções radiofônicas do ano passado por conta das 70,6 mil vezes em que a canção Seu Polícia foi tocada nas rádios. Mudou também a postura feminina. Cantoras como Marília Mendonça – vice-campeã com Infiel, estão tomando atitudes nas músicas diante das traições masculinas em vez de assumirem o papel passivo reservados às mulheres na sociedade machista. 

Veja o top 10 das músicas mais tocadas:

Seu Polícia - Zé Neto & Cristiano
Infiel - Marília Mendonça
Pronto falei - Eduardo Costa
Romântico anônimo - Marcos & Belutti
Medo bobo - Maiara & Maraísa
Vai me perdoando - Victor & Leo
Sosseguei - Jorge & Mateus
50 reais - Naiara Azevedo com Maiara & Maraísa
Esqueci você - Henrique & Diego
Que pena que acabou - Gusttavo Lima

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