Neste dia 8 de Março de 2017, Dia Internacional da Mulher, mulheres de todo o mundo vão às ruas protestar pela igualdade de direitos, contra a violência machista, pelo fim da cultura do estupro, por liberdade sexual e igualdade salarial no mercado de trabalho, entre outras demandas feministas.
A ideia é fazer uma greve geral, para reforçar a importância do papel das mulheres no mercado de trabalho e na sociedade.
A ideia do protesto veio do movimento de mulheres argentinas Ni Una Menos. Em 19 de outubro do ano passado, elas foram às ruas e paralisaram as atividades para protestar contra os 200 assassinatos anuais no país em decorrência de violência de gênero.
No Brasil, movimentos feministas programaram protestos para hoje em todos os estados, mas a greve prevista para outros países deve ser mais difícil de se concretizar por aqui, por causa das difíceis condições de trabalho enfrentadas pelas brasileiras.
“Uma coisa é organizar uma greve em um país que tem quase pleno emprego, outra coisa são as mulheres aqui no Brasil, completamente precarizadas – a maior parte empregada no serviço doméstico, autônomas, completamente sem proteção – dizerem que vão parar”, admite Maria Fernanda Marcelino, integrante da Sempreviva Organização Feminista e militante da Marcha Mundial das Mulheres.
Para as que não puderem parar suas atividades, as organizações feministas incentivam o protesto de outras maneiras – usando uma roupa roxa ou fazendo manifestações no próprio local de trabalho. “O importante é identificar que estamos em luta, independentemente de podermos parar ou fazer greve. Sabemos que nem todo mundo pode parar, ainda mais diante de um cenário de desemprego no Brasil”, diz Fernanda Sabóia, da Articulação de Mulheres Brasileiras.
A ideia é que as intervenções sejam postadas em redes sociais, com as hashtags #8MBR, #EuParo e #ParadaBrasileiraDeMulheres.
Reforma da Previdência
No Brasil, a principal pauta das manifestações é a proposta de reforma da Previdência apresentada pelo governo federal. A avaliação é de que as mulheres serão as mais prejudicadas com a mudança.
“Se essa reforma da Previdência passar, as mais atingidas, que padecerão com o empobrecimento rapidamente serão as mulheres, pela equiparação do tempo de aposentadoria com os homens, desconsiderando a dupla jornada de trabalho, toda a precariedade que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho formal”, diz Maria Fernanda.
As mulheres também querem chamar a atenção para temas como racismo, aborto e violência contra as mulheres. Apesar dos temas em comum que serão abordados em todo o país, cada estado se organizou de acordo com as suas prioridades. “Acreditamos na força do movimento feminista de construir as pautas em cada estado, em cada cidade, as mulheres tem organização própria e sabem muito bem o que está afetando as suas vidas”, explica Fernanda Sabóia.
História
A historiadora Tania Navarro Swain compara a mobilização desta quarta-feira com um fato ocorrido em 1975 na Islândia, quando mais de 90% das mulheres paralisaram suas atividades para exigir o reconhecimento de seu trabalho.
“E deu resultado, com a equiparação dos salários logo em seguida e a Presidência do país assumida por uma mulher nas eleições posteriores. Não se pode esperar que, em todos os países, a mobilização seja tão poderosa, mas espero que seja espetacular, trazendo milhões de mulheres às ruas para mostrar e exigir uma cidadania que até agora tem sido esgarçada em uma pluralidade de aspectos”, diz a professora aposentada da Universidade de Brasília (UnB) e editora da revista digital de estudos feministas Labrys.
O movimento no Brasil vai se unir a grupos internacionais como Ni Una Menos, da Argentina, a Marcha das Mulheres de Washington, nos Estados Unidos e as Marchas contra a criminalização do Aborto, na Polônia. A ideia do protesto surgiu com o movimento de mulheres argentinas, em outubro do ano passado, e a organização de mulheres polonesas que, no mesmo mês, foram às ruas contra uma lei que proibia o aborto e que foi rejeitada após a pressão popular.
Manifestantes protestam contra a PEC da Reforma da Previdência na Ponte do Estrito dos Mosquitos em São Luís |
No Maranhão, em varias cidades do Estado desde a manhã em diferentes regiões do estado, Baixada Oriental, no Alto Turi, Pindaré, na Baixada Maranhense, no Médio Sertão, na região Sul do Maranhão, no Baixo Parnaíba, na região Tocantina, na região do Mearim e na região dos Cocais aconteceram protestos, principalmente contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência.
Em São Luís o protesto que contam com o apoio das centrais sindicais foi iniciado por volta das cinco horas da manhã na entrada da capital, os manifestantes se reiunaram próximo a Ponte do Estreito dos Mosquitos, estavam presentes também trabalhadores e trabalhadoras rurais.
De acordo com os manifestantes, a idade na PEC para quem deseja se aposentar já é considerada muito avançada, o que diminuiria o tempo que o trabalhador teria para gozar dos benefícios da contribuição que fez ao longo da vida e também ao longo do tempo em que trabalhou no país.
O protesto causou grandes transtornos, ninguém conseguiu passar pelo local, exceção para ambulâncias, bombeiros e viaturas da área da segurança.
Além disso, uma concentração está marcada para às 15h, na praça Deodoro, quando começará grande ato seguido de passeata que seguirá pelo Centro Histórico da Cidade.
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