Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva |
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá anunciará a sua pré-candidatura à Presidência em um evento marcado para o dia 20 deste mês, na sede do PT de São Paulo. Intelectuais e artistas como Chico Buarque, Leonardo Boff e Aderbal Freire Filho, além de dirigentes nacionais de partidos aliados, como PDT e PCdoB, estarão presentes na cerimônia.
Fazendo o anúncio um ano e sete meses antes das eleições de 2018, os petistas querem obter apoio popular e fortalecer a imagem do ex-presidente, envolvido em esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato.
A informação foi confirmada reservadamente por integrantes da direção petista e também do Instituto Lula.
O PT defende formalmente a antecipação da eleição presidencial em caso de cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Parte dos líderes petistas defende que Lula seja lançado candidato logo no começo do ano, em fevereiro, para se antecipar a possíveis condenações na Justiça que possam barrar sua candidatura ou até levar o ex-presidente à prisão em 2017.
A pré-candidatura de Lula reforçaria o discurso do PT, que acusa a Lava Jato de querer criminalizar as ações de seu líder máximo e do partido. Segundo os defensores da ideia, ao se colocar publicamente como candidato, o ex-presidente poderá se blindar parcialmente da força-tarefa em Curitiba. Conforme esse raciocínio, com a pré-candidatura na rua seria mais fácil difundir a tese de que está em curso uma tentativa de interditar judicialmente a possibilidade de Lula disputar um terceiro mandato no Planalto. O bom desempenho do petista nas pesquisas de opinião reforça a estratégia.
“A necessidade de condenar Lula cresce na medida em que ele assume protagonismo nas eleições de 2018. Ao que parece a população começa a fazer a comparação entre os projetos”, disse o coordenador do setorial jurídico do PT, Marco Aurélio de Carvalho. Outro grupo defende que a candidatura seja lançada durante o 6.º Congresso Nacional do PT, marcado para abril, mas que pode ser adiado para maio.
Para evitar precipitações, o ex-presidente tem até evitado alguns eventos públicos temeroso de ter seu nome lançado antes da hora.
A ideia é esperar que o governo Temer, diante das dificuldades de apresentar resultados a curto prazo na economia e com uma agenda impopular de ajustes, chegue ao “fundo do poço” para, só então, Lula ressurgirá com um discurso de contraste em relação a seus oito anos de governo e um programa econômico embasado na recuperação do mercado interno.
As últimas pesquisas de intenção de voto para o pleito presidencial de 2018 tem animado a cúpula petista.
No final de dezembro de 2016 o instituto Datafolha, divulgou pesquisa contratada pelo jornal "Folha de S.Paulo", apontoando o ex-presidente liderando as intenções de voto no primeiro turno das eleições de 2018. Veja o resultado:
Lula (PT): 25%
Marina Silva (Rede): 15%
Aécio Neves (PSDB): 11%
Jair Bolsonaro (PSC): 9%
Ciro Gomes (PDT): 5%
Michel Temer (PMDB): 4%
Luciana Genro (Psol): 2%
Ronaldo Caiado (DEM): 2%
Eduardo Jorge (PV): 1%
Branco/nulo: 20%
Não sabe: 6%
Lula também lidera em outros três cenários de primeiro turno simulados pela pesquisa. Em um desses cenários a pesquisa acrescentou o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele fica com 8%. Marina tem 17% e Lula tem 26%.
A pesquisa teve margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo e índice de confiança de 95%. O Datafolha ouviu 2.828 pessoas nos dias 7 e 8 de dezembro.
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